Primeira década do projeto trouxe resultados importantes para a comunicação de alta velocidade entre subsistemas de satélites em ambientes sujeitos à radiação
São Paulo, abril de 2023 – Quando o assunto são telecomunicações e pesquisa espacial, já é possível colocar o Brasil no seleto grupo de países que dominam a tecnologia de ponta nessas áreas. Em razão do sucesso do projeto Circuitos Integrados Tolerantes à Radiação Ionizante (CITAR), com o apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o País consolidou o seu know-how para o desenvolvimento de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs) tolerantes à radiação ionizante, imprescindível para uso nos satélites científicos brasileiros.
Tudo começou há dez anos, no contexto do "Programa CI-Brasil" do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), quando o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) idealizaram o Projeto CITAR, com o apoio da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Estudos Avançados (IEAv). Posteriormente, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e a Fundação Educacional Inaciana Padre Saboia de Medeiros (FEI) entraram no projeto, formando-se um importante consórcio para unir forças, tecnologias e conhecimentos científicos a fim de apoiar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no desenvolvimento de tecnologia de endurecimento à radiação de componentes eletrônicos espaciais e, portanto, promover a independência tecnológica nessa área, além de fornecer conhecimento e tecnologia para o mundo.
O coordenador do Projeto CITAR no CTI, Saulo Finco, lembra que, quando convidou as instituições parceiras, foi prontamente atendido. “Queremos celebrar esses dez anos de projeto, pois já apresentamos resultados importantes para inovar e estruturar a tecnologia de circuitos integrados para uso em aplicações espaciais, dada a relevância estratégica dessa área para o Brasil. Todos os objetivos do projeto foram completamente alcançados, e temos certeza da importância de sua continuidade”, comemora Finco.
Dez anos do Projeto CITAR
A primeira década do Projeto CITAR comprovou que o Brasil alcançou um patamar de qualidade sem precedentes, ao fornecer sistemas eletrônicos para o programa nacional de atividades espaciais e dos laboratórios nacionais, para ensaios de qualificação de componentes eletrônicos, quanto à sua tolerância à radiação cósmica, indispensável para garantir a segurança operacional e durabilidade em missões espaciais. Os resultados dessa primeira etapa foram apresentados num workshop, realizado em abril, no campus do Instituto Mauá de Tecnologia - IMT, com a presença dos parceiros.
“No IMT, os trabalhos ficaram centralizados no Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE), e os resultados foram excelentes, até mesmo devido à integração dos alunos e profissionais. Hoje podemos afirmar que nossos alunos e engenheiros conseguem conversar no mesmo nível de conhecimento com seus colegas de diversos países acerca de componentes eletrônicos tolerantes à radiação. Sem dúvida, a continuidade do projeto é fundamental para termos profissionais especialistas que possam fornecer conhecimento à indústria e às empresas do setor, no Brasil e no mundo”, comenta o professor doutor José Carlos de Souza Júnior, reitor do Centro Universitário do IMT.
O diretor do INPE, Clezio Marcos de Nardin, destaca que o setor aeroespacial é uma estrutura básica para qualquer país, como estradas, portos e aeroportos. “É importante entender que o desenvolvimento dos componentes é vital para garantir a independência do país no acesso ao espaço, em que se encaixa o projeto CITAR. Essa sinergia entre as instituições participantes traz benefícios e a multidisciplinaridade de diversas naturezas que o projeto tem de ter”, conclui o diretor.
Os resultados dessa primeira década do Projeto CITAR também deverão ser apresentados ao MCTI no começo de maio, com a possibilidade da presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos. “Por se tratar de um projeto estratégico para o País, na medida em que buscamos conhecimento tecnológico que nos dê independência, os resultados são muito bons e a continuidade é importante para alcançar o objetivo da autonomia técnico-científica na área. Outro benefício importante desse projeto é a aproximação e a colaboração entre pesquisadores de diferentes instituições, com formação de recursos humanos altamente qualificados”, completa o prof. Dr. Marcello Nitz - pró-reitor Acadêmico do Centro Universitário do IMT.
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