O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em parceria com a Associação Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais (ANAPRI), realizou um estudo inédito no Brasil para mapear as propostas de internacionalização das capitais brasileiras contidas nos planos de governo dos candidatos às eleições municipais de 2024.

A pesquisa analisou 187 planos de governo de todas as capitais do País, totalizando mais de 6.500 páginas. A iniciativa, contou com a coordenação do prof. Dr. Rodrigo Gallo, coordenador do curso de Relações Internacionais do IMT.

De acordo com Gallo, “essa é a primeira vez que uma análise tão abrangente é feita no Brasil, evidenciando como a internacionalização pode ser uma ferramenta estratégica para enfrentar desafios urbanos complexos e fomentar o desenvolvimento econômico, social e sustentável das cidades”.

Entre os principais achados, a pesquisa revelou que apenas um pequeno número de planos de governo apresenta propostas claras de internacionalização.

Capitais como Belém, Porto Alegre e São Paulo se destacam ao liderarem em quantidade de propostas nessa área. As categorias mais abordadas foram turismo, com 37 propostas, seguida por imigração e refúgio, com 27, e eventos internacionais, com 23. No entanto, categorias estratégicas como negócios internacionais e inovação pública apareceram de forma tímida, com apenas 15 e 6 propostas, respectivamente.

Outro ponto analisado foi a disparidade regional. O Nordeste se destacou como a região com o maior número de propostas, impulsionado por seu potencial turístico e cultural. Em contrapartida, o Centro-Oeste apresentou os menores índices, reflexo de características econômicas e geográficas que limitam sua conexão com o cenário global.

Para a ANAPRI, os resultados são um alerta para a necessidade de ampliar a abordagem das cidades brasileiras em relação à internacionalização. “O estudo mostra que, embora iniciativas pontuais existam, ainda há uma visão limitada de internacionalização. Focar apenas no turismo é um erro estratégico; precisamos diversificar as áreas de atuação e explorar negócios internacionais, inovação e sustentabilidade como vetores de desenvolvimento”, afirma Jessica Carla Hubner Messas, Presidente da entidade.

Gallo endossa que “os resultados mostram que, apesar de iniciativas pontuais, a internacionalização ainda é percebida de forma limitada, especialmente em áreas que poderiam trazer impactos duradouros, como negócios internacionais e cooperação técnica. É fundamental expandir essa visão para além do turismo”.

A pesquisa reforça a importância de estratégias que vão além da promoção turística. Explorando oportunidades em inovação, sustentabilidade e integração econômica, já que as capitais brasileiras têm potencial para ocupar um espaço de destaque no cenário global.

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