Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados do IMT impulsiona estudos sobre o “planeta-irmão” da Terra e garante avanços tecnológicos na exploração espacial
O Brasil tem se destacado em projetos de Engenharia Aeroespacial, consolidando-se como um importante colaborador em missões internacionais. Diante desse cenário em evolução, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) é um dos principais participantes ativos dessa contribuição, integrando iniciativas como o satélite PLATO, do Programa Cosmic Vision da Agência Espacial Europeia (ESA), que busca planetas rochosos com dimensões semelhantes às da Terra.
Agora, o IMT assume um novo papel de protagonismo ao se tornar a única instituição brasileira a colaborar com a missão VERITAS (Venus Emissivity, Radio Science, InSAR, Topography, and Spectroscopy), que tem como objetivo explorar Vênus a partir de 2028. Liderada pela NASA, a missão tem como principal foco mapear em alta resolução a superfície de Vênus, o segundo planeta mais próximo do Sol. Dessa forma, será possível entender como planeta evoluiu de maneira tão diferente da Terra. A missão DaVinci (Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble Gas, Chemistry, and Imaging), diretamente correlacionada com a VERITAS, complementará esses estudos ao investigar a atmosfera venusiana de forma profunda.
A equipe do Instituto Mauá de Tecnologia, composta por professores e engenheiros como Vanderlei Parro, Rodrigo França, Daniel Gueter, Marco Furlan, Sérgio Ribeiro, Thiago Amaral e Jackson Veiga, celebra a participação no projeto. Estudantes também desempenham um papel importante no trabalho, com três alunos colaborando ativamente no desenvolvimento da tecnologia, sendo eles: Luiz Santos, Carlo Schneider e Felipe Costa. Um dos destaques dessa colaboração é a atuação de Yuri Bunduki, ex-aluno do IMT e atual funcionário do Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que desempenhou um papel crucial ao conectar a tecnologia desenvolvida no Brasil com parceiros internacionais, facilitando sua integração com a NASA.
Luiz Santos, é bolsista do terceiro ano do curso de Engenharia Eletrônica do Instituto Mauá de Tecnologia e auxilia na coordenação do projeto. Para o estudante, estar inserido em um fluxo de desenvolvimento tecnológico para as maiores agências espaciais do mundo é um privilégio.
“Participar desse trabalho é uma experiência única, sobretudo considerando a troca que temos com grandes pesquisadores e cientistas da área. Poder contribuir para uma missão de tamanha relevância internacional me motiva a aplicar esses conhecimentos adquiridos e a me aprofundar cada vez mais na área espacial”, enfatiza.
O professor Vanderlei Parro, que lidera o NSEE, explica o envolvimento no projeto, que consiste no desenvolvimento de virtualizadores para o desenvolvimento de software de um dos instrumentos da VERITAS. Essa tecnologia, permite simular algumas das condições dos instrumentos reais da missão.
“Fomos convidados a desenvolver uma plataforma para a Agência Espacial Europeia (ESA), além de testarmos o software que está sendo implementado na sonda VERITAS. Embora outras sondas já tenham sido enviadas a Vênus, esta missão é a primeira que visa estudar detalhadamente a atmosfera, a geologia e os processos químicos das rochas do planeta. A tecnologia que desenvolvemos e aprimoramos estará embarcada na VERITAS, que realizará medições precisas da superfície e do interior de Vênus”, afirma o professor Vanderlei Parro.
O professor Rodrigo França, responsável pela área espacial do NSEE e pela entrega do projeto, destaca a importância dessa contribuição para a eficiência da missão que explorará pela primeira vez, de forma profunda, o planeta irmão da Terra, Vênus.
“O desenvolvimento desses virtualizadores é essencial para garantir a confiabilidade e o sucesso da missão. Estamos orgulhosos por podermos contribuir com tecnologias de ponta para um projeto tão significativo. Isso demonstra o nível de tecnologia e autoridade que estamos construindo no setor aeroespacial”, complementa.
A participação dos pesquisadores brasileiros na missão não só fortalece a presença do país em projetos internacionais de engenharia aeroespacial, como também garante o acesso a tecnologias de ponta desenvolvidas pela NASA e ESA, referências globais no setor.
Por meio da colaboração direta com as duas principais potências aeroespaciais, os cientistas do Instituto Mauá de Tecnologia desenvolvem e trabalham com sistemas e softwares de última geração, além de integrarem redes globais de pesquisa. Essa inserção no projeto oferece acesso a informações cruciais sobre avanços no campo aeroespacial, garantindo ao Brasil uma posição estratégica no cenário internacional e um valioso intercâmbio de conhecimento.
“Estamos em contato direto com os principais pesquisadores e cientistas do setor aeroespacial do mundo. Temos acesso a todo o processo de desenvolvimento da missão e, com isso, a oportunidade de aprender sobre essas tecnologias e possivelmente desenvolvê-las no Brasil. Garantir que o Brasil faça parte dessa missão que marca a história espacial é um prazer”, enfatiza Parro.
Comumente chamado de “planeta-irmão” da Terra, Vênus é semelhante em tamanho, massa e composição, mas apresenta um ambiente drasticamente diferente. Sua atmosfera é densa, composta principalmente por dióxido de carbono e coberta por uma espessa camada de nuvens de ácido sulfúrico, que bloqueiam a visão de sua superfície a partir do espaço. Esse ambiente gera um efeito estufa intenso, fazendo com que as temperaturas no planeta alcancem cerca de 482 °C, com uma pressão atmosférica 92 vezes maior do que a da Terra.
Acredita-se que, em algum momento no passado, Vênus possuía oceanos, que teriam evaporado conforme as temperaturas subiram. As missões VERITAS e DaVinci buscam entender os processos que transformaram o planeta em um ambiente tão inóspito.
“A VERITAS realizará medições para compreender as mudanças na superfície e na composição geológica de Vênus, além de avaliar a atividade geológica, incluindo a possibilidade de vulcões ativos. Já a missão DaVinci complementará esses estudos ao investigar a atmosfera e fornecer dados sobre a química e dinâmica atmosférica”, detalha Parro.
A primeira fase da missão VERITAS está prevista para começar em 2028, com a sonda entrando na órbita de Vênus e iniciando as observações científicas. A missão contará com instrumentos avançados, como um radar de abertura sintética para mapear a topografia detalhada do planeta e espectrômetros para analisar a composição da superfície. Para a missão DaVinci, o primeiro sobrevoo de Vênus será seis meses e meio após o lançamento da nave espacial e levará dois anos para colocar a sonda de medição em posição de entrada na atmosfera de Vênus sob iluminação ideal.
A sonda começará a interagir com a atmosfera superior de Vênus e iniciará as observações científicas a cerca de 120 quilômetros acima da superfície do planeta. A missão contará com dois instrumentos principais: um para capturar imagens em infravermelho, permitindo visualizar a superfície apesar da atmosfera espessa, e outro, um radar, que mapeará a topografia detalhada do planeta.
Com essas missões, o Brasil dá mais um passo em direção ao reconhecimento global no campo da engenharia espacial, reforçando sua presença em projetos científicos de grande relevância mundial.
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