Segurança Digital em Era de IA: entenda os novos desafios da cibersegurança
Deepfakes e ataques automatizados ampliam riscos para a sociedade e exigem novas estratégias de defesa
O avanço da inteligência artificial trouxe inovações relevantes para a sociedade, mas também abriu espaço para novas modalidades de crimes envolvendo as tecnologias. Entre elas, destacam-se os deepfakes, vídeos e áudios falsos cada vez mais realistas, e ataques automatizados capazes de explorar vulnerabilidades sem intervenção humana.
Segundo o professor Rudolf Buhler, coordenador dos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Inteligência Artificial e Ciência de Dados no Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), a situação exige atenção redobrada. “Com a entrada da IA, é possível dispor de sistemas que identificam, exploram e se adaptam a vulnerabilidades sem necessidade de intervenção humana. Isso possibilita ataques mais eficientes, campanhas de phishing sofisticadas e malwares adaptativos capazes de escapar das ferramentas tradicionais de detecção”, explica.
Rudolf Buhler é coordenador dos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Inteligência Artificial e Ciência de Dados da Mauá.Dessa forma, os impactos desses recursos estendem-se em diversos âmbitos. “No campo financeiro, deepfakes aliados a vazamentos de dados podem simular a voz ou a imagem de uma pessoa para autorizar transferências fraudulentas. Na esfera política e social, representam ameaça pela disseminação de desinformação e manipulação da opinião pública. De forma mais ampla, fragilizam a confiança em provas digitais, comunicações e até processos jurídicos”, alerta Buhler.
Além disso, golpes e desinformação baseados em conteúdo gerado por IA já circulam em aplicativos de mensagens e redes sociais. E para isso, o profissional destaca algumas dicas para reduzir os riscos: "é importante ativar a autenticação multifatorial, limitar a exposição de informações pessoais, checar a veracidade de conteúdos antes de repassá-los e desconfiar de mensagens que apelam para urgência ou emoção. A educação digital contínua é uma das formas mais eficazes de proteção”.
Tecnologia também aliada à proteção
Embora os ataques avancem rapidamente, soluções estão sendo desenvolvidas para combater esse cenário. “Há pesquisas que analisam inconsistências em imagem, áudio ou padrões fisiológicos para identificar deepfakes. Também estão sendo implementadas marcas d’água digitais em conteúdo multimídia, o que permite validar a autenticidade. Além disso, monitoramento contínuo em tempo real, arquiteturas baseadas em ‘zero trust’ e autenticação multifatorial são recursos cada vez mais aplicados”, explica Buhler.
Com isso, a educação de novos profissionais é parte essencial dessa estratégia. No Instituto Mauá de Tecnologia, por exemplo, a formação incorpora conteúdos atualizados e alinhados à realidade das ameaças no mundo on-line.
“A formação deve ir além do domínio técnico em programação e abranger também cibersegurança, ética digital e aspectos regulatórios relacionados com a proteção de dados”, reforça o especialista. “Reconhecemos a importância de proporcionar aos nossos alunos vivências práticas que os preparem para os desafios reais do mercado. A integração entre tecnologia, normas de proteção de dados e comportamento humano é o eixo central da nossa proposta pedagógica, preparando profissionais capazes de lidar com ameaças digitais cada vez mais sofisticadas e de atuar de forma responsável e inovadora no setor de TI”, conclui o professor Rudolf Buhler.
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