edição 21 | Maio de 2011    

Bus Rapid Transit pode ser a solução para o problema de transporte público brasileiro


Bus Rapid Transit pode ser opção rápida e barata para o problema do transporte público brasileiro

BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de ônibus de alta capacidade que utiliza corredores exclusivos simulando o desempenho e outras características atrativas dos modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos. Por ser de rápida implantação, de dois a quatro anos, alta eficiência, de 3.000 a 48.000 passageiros/hora, e baixo custo de investimento, de US$ 5 milhões a US$ 30 milhões/km, ante US$ 400 milhões do metrô, o BRT tem sido muito bem cotado como solução de transporte para regiões com alta densidade demográfica.

Apesar de o BRT ter sua origem com base em ônibus, tem pouco em comum com os sistemas tradicionais, pois dispõe de corredores exclusivos, embarques e desembarques rápidos, por meio de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos, sistema de pré-pagamento de tarifa, veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas, transferência entre rotas sem incidência de custo, integração modal em estações e terminais, programação e controle rigorosos da operação e sinalização e informação ao usuário. 

Com mais de 160 sistemas operando ou em construção, os sistemas BRT têm-se tornado a escolha preferida para melhorar a mobilidade urbana em 23 países dos cinco continentes. O sistema tem demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2 - um exemplo recente do seu impacto na mudança do clima foi o primeiro corredor do Metrobús (sistema BRT da Cidade do México), que está evitando a emissão de 35.000 toneladas de CO2 por ano, ao mesmo tempo em que melhora a mobilidade de 77 milhões de passageiros. 

Para Valter Prieto, professor de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia, “os maiores entraves para a implementação do BRT são: a resistência do usuário em deixar a comodidade do seu carro e a supremacia dos automóveis, que terão de conceder espaço para a abertura de corredores, a construção de estações e a reurbanização das calçadas. Contudo, a grande vantagem do sistema é ser um transporte porta a porta, ou seja, de fácil acesso, rápido e com horário de saída e chegada”. 

No Brasil houve pouco investimento nesse sistema, diferentemente da Colômbia que transporta, em Bogotá, 48 mil passageiros por dia, o equivalente à linha azul do metrô de São Paulo. A empresa responsável pela implantação do TransMilenio colombiano é a brasileira Logit Engenharia Consultiva, que tem no currículo mais de 15 projetos instalados no mundo.

Com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, dez das 12 cidades brasileiras, sedes dos jogos, planejam construir corredores expressos, como é o caso do Rio de Janeiro, que já iniciou as obras dos 56 km da TransOeste, que ligará a Barra da Tijuca a Campo Grande e prepara-se para lançar outros 50 km dos corredores TransBrasil, TransCarioca e TransOlímpica. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou um contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro para financiar R$ 1,1 bilhão para o projeto.

A dúvida está em se as cidades terão tempo para se preparar. A história mostra que, para o sistema BRT alcançar seu máximo desempenho, é preciso haver planejamento, caso contrário instala-se o caos, como aconteceu no Chile. O corredor Transantiago confunde-se com o trânsito das ruas, faltam ônibus e as estações são inadequadas.

Para Wagner Colombini, presidente da Logit, o Brasil corre o risco de ficar sem mão de obra qualificada, em decorrência do aumento da demanda pelos corredores expressos, o que pode gerar atrasos na entrega dos projetos. “Contudo, o sistema BRT é a solução para muitos desafios brasileiros, pois é perfeitamente adaptável a qualquer tipo de cidade, mesmo como a complexa São Paulo, que tem inúmeras modalidades de transporte funcionando harmonicamente”, finaliza o executivo.

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