INFOMAUÁ Mauá
edição 134 - Julho de 2022

A alta dos preços e a perspectiva econômica para o segundo semestre

Francisco Olivieri, superintendente-geral do IMT, explica que a instabilidade política e econômica contribui para a inflação no próximo período

Olivieri O professor Francisco Olivieri prevê que a inflação deve aumentar nos próximos meses, pois são preços cotados internacionalmente.

O Brasil e o mundo têm enfrentado uma grande alta de preços em diferentes setores e, em 12 meses, o acumulado da inflação seguirá acima dos dois dígitos, chegando a 12,04%. Segundo o professor Francisco Olivieri, mestre em administração estratégica e superintendente-geral do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), isso está relacionado com as oscilações políticas e econômicas, com a redução do consumo da China e com o componente interno, atrelado à instabilidade política e fiscal, que podem ser atribuídos às atitudes do Governo Federal.

Como explica o professor, o primeiro semestre não foi de recuperação, como entendem alguns analistas, e isso pode ser visto na situação econômica dos brasileiros. “O crescimento do emprego se deu, sobretudo, no setor de serviços, com queda no valor dos salários médios. A inadimplência das famílias cresceu e as atividades que mais geram produtos com valor agregado, como os manufaturados e a produção de bens de capital, apresentaram involução”, pontua.

Para os próximos meses, Olivieri prevê que a inflação deva aumentar, pois se trata de preços cotados internacionalmente. “Com a inflação nos Estados Unidos, além da guerra na Ucrânia, muito dificilmente os preços sofrerão acomodação. Com o aumento da prime rate dos EUA, a tendência de saída de moeda estrangeira do Brasil cresce e o real se deprecia, o que ocasiona um aumento nos preços”.

Com a perspectiva econômica de maior inflação, é preciso ter parcimônia para se preparar para o próximo período, evitar gastos desnecessários e endividamento e, dessa forma, planejar com rigor a vida financeira. “Os tempos que virão deverão trazer, pelo menos para o Brasil, muitas dificuldades, pois quem chegar ao Planalto em 1.º de janeiro de 2023 vai encontrar uma economia fora dos eixos. E isso ocorre por causa de políticas populistas e gastos fora do orçamento. O reflexo disso é cobrado pelas regras do mercado", finaliza Olivieri.

Instituto Mauá de Tecnologia - Todos os direitos reservados 2024 ©