INFOMAUÁ Mauá
edição 112 - Maio de 2020

Como as empresas estão adaptando-se à crise financeira gerada pela pandemia

Com o isolamento social que afastou do comércio os clientes, as empresas estão tendo de revisar seus planejamentos e formas de atuação para sobreviver


Tudo precisará ser revisto em médio e longo prazos para nossa própria segurança e evolução, afirma Prof. Ricardo BalistieroA pandemia de Covid-19 está causando no mundo todo, além do caos nos sistemas de Saúde, uma grave crise financeira, já que o comércio como um todo precisou ser fechado para evitar aglomerações. Diante da redução de suas receitas, empresários estão tendo de revisar seus planos financeiros para se adaptarem à nova realidade. “O primeiro passo a se fazer é identificar as reduções de custos que estão acontecendo, como energia elétrica, algum tipo de logística, tudo o que envolve o dia a dia da empresa. Depois, entra a negociação com os fornecedores e credores: prazos, valores, formas de pagamento etc. Com todo esse novo balanço em mente, é hora de pensar em questões tributárias e trabalhistas, se é necessário aderir a algum plano do governo, com redução da carga horária e de salários”, destaca o Prof. Dr. Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

Vale lembrar que estamos num momento de redução geral de juros, tanto do lado da aplicação, quanto da dívida. Então, se a empresa tem aplicações financeiras,  terá menos receita nos próximos meses. Ao mesmo tempo, se possui dívidas, essas podem ser renegociadas. É um momento de buscar alternativas para que esse impacto na economia, muito forte e violento, não prejudique a sobrevivência do negócio. Para isso, é essencial fazer uma boa gestão de caixa, da seguinte forma: avaliar as aplicações financeiras e discutir as obrigações nos aspectos financeiros e contratuais. “Estamos vivendo um dia após o outro; ninguém tem certeza de nada. Não é possível prever quando iremos voltar ao normal. A China está voltando à rotina agora. Mas abriram o Shopping e as pessoas estão com medo de ir”, destaca o especialista. Lugares com aglomerações, por enquanto, não terão o mesmo fluxo de antes, aposta ele. “No caso de bares, restaurantes, casas de shows, entre outros, pode demorar mais”, comenta o professor.

Algumas empresas foram rápidas quanto à adaptação. Segundo Balistiero, muitas optaram por reforçar seu e-commerce, o que garantiu velocidade e dinamismo ao atendimento de alta qualidade. Outro exemplo foram as escolas e universidades que adaptaram sua infraestrutura para propor novas soluções. Muitas delas, em menos de uma semana, estavam oferecendo toda a grade de aulas mediadas por tecnologia, sem perder a qualidade do ensino. “O recurso tecnológico foi e é algo muito trabalhado neste período de isolamento. Incrível como, quando bem utilizado e com estratégia adequada, as empresas conseguem manter seus negócios em funcionamento. Essas ações sugerem que teremos um outro ambiente no mundo corporativo, após a pandemia.”, comenta Balistiero, que se lembra de outro exemplo. “Os grandes Bancos precisaram olhar melhor para o seu atendimento, paralelamente às fintechs que já estavam operando online e seguiram em destaque”.

As empresas que necessitam do contato presencial, segundo o professor, vão precisar mudar seu formato e planejar ações diferenciadas porque as pessoas não vão querer colocar as suas vidas em risco. Então, algumas ideias vão ter de ser repensadas para a sobrevivência, como a higienização dos espaços públicos, que precisarão de mais atenção. Mas vamos pensar que tudo isso também vem carregado de pontos positivos.

“Eu tenho a impressão de que, com toda essa mudança acelerada, o avanço tecnológico se intensificará, porque precisaremos dele com maior velocidade. O  mundo, antes do Coronavírus, já não existe mais. É necessário mudar a chave para esse novo mundo. Tudo precisará ser revisto em médio e longo prazos para nossa própria segurança e evolução”, finaliza o prof. Balistiero.

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