Quais são as perspectivas econômicas para 2019?
O Superintendente Geral da Mauá, professor Francisco Olivieri, faz previsões diante do cenário apresentado pelo novo governo
Superintendente Geral da Mauá, professor Francisco Olivieri: mudanças na economia vão começar a ocorrer logo no primeiro semestre. Talvez numa velocidade menor do que seria necessária, mas já começando a caminhar.
Iniciamos mais um ano com expectativas de mudança em diferentes segmentos da sociedade e da economia, principalmente no que diz respeito à economia do Brasil. Com movimentação positiva, o País tende a voltar a crescer. Conversamos com o Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia, professor Francisco Olivieri, para entender melhor quais serão as movimentações econômicas ao longo do ano.
Segundo o especialista, as mudanças vão começar a ocorrer logo no primeiro semestre. Talvez numa velocidade menor do que seria necessária, mas já se começa a caminhar. Com a reeleição de Rodrigo Maia como presidente da Câmara dos Deputados, o Governo Federal pode ter esperanças positivas na votação das reformas, principalmente a da Previdência Social. A proposta do economista Paulo Guedes é intencionalmente ambiciosa, para que haja margem de negociações.
Para o prof. Olivieri, a área de serviços deve apresentar um crescimento mais acelerado, a princípio, pois não necessita de grandes investimentos para começar a crescer. "Não podemos perder de vista que áreas importantes, como a de bens de capital, infraestrutura e indústria em geral estão na fila de espera. Os investidores estrangeiros estão atentos e prontos para trazerem recursos destinados aos investimentos nessas áreas", destaca o superintendente.
A infraestrutura, por sua vez, deve passar por uma recuperação mais rápida, devido à demanda represada por investimentos e pelo interesse de empresas de origem chinesa, sobretudo, nessa área. Parte da indústria pode começar a crescer, por existir uma capacidade instalada ociosa que, bem ou mal, pode funcionar, a despeito dos investimentos em modernização necessários.
Como o professor Olivieri já previa em 2015, o ano de 2019 seria da retomada do crescimento. "Não custa frisar que toda a retomada é lenta e as coisas não se resolvem em um ano. Acredito que serão necessários cerca de cinco anos para que possamos produzir riquezas no mesmo volume do início dos anos 2000", confirma.
Outro ponto que o professor destaca são os empregos formais, que declinaram em função da grave crise econômica. "É certo que pessoas mais bem qualificadas tenderão a empreender, porque os postos de trabalho foram enxugados nos níveis administrativos e produtivos. As profissões estão-se modificando e, em pouco tempo, não terão as configurações atuais, tais como as conhecemos. Isso fará com que as pessoas busquem formas alternativas de sobrevivência, e uma delas é empreender" finaliza.
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