edição 39 - Março de 2013

O carro elétrico já é uma realidade. Em dezembro de 2012, a Renault expôs o primeiro veículo popular do mundo, movido 100% a eletricidade. O modelo, intitulado de Zoe, tem preços a partir de ? 13.700 euros (aproximadamente R$ 37.300) na França, valor baixo e que facilmente terá compradores, segundo o Eng. Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia.
Esse tipo de automóvel não necessariamente é mais sustentável. ?A vantagem é que há redução na emissão de poluentes, quando a geração de energia elétrica for a partir de fontes renováveis, e menor poluição sonora?, afirma o Eng. Fernando Malvezzi, professor do Instituto Mauá de Tecnologia. O Zoe estabelece como meta a redução em 10% das emissões de CO2 de todo o portfólio da marca até o próximo ano e mais 10% entre 2013 e 2016. A desvantagem do veículo está em sua menor autonomia, tempo elevado para recarga e o preço das baterias
Ao contrário do que a maioria possa pensar, com o investimento em carros elétricos não haverá perda econômica a países exportadores de petróleo, pois este continuará sendo usado, explica eng. Romio. ?A energia necessária para o abastecimento de carros elétricos poderá ser gerada por usinas termoelétricas, que atualmente utilizam, para seu funcionamento, combustíveis fósseis, como Diesel e gás natural?.
O desenvolvimento de carros elétricos é uma tendência que se projeta em outras montadoras também. O eng. Romio acredita que em 50 anos não haverá mais carros a combustíveis fósseis. A demora para o desenvolvimento tem como justificativa a tecnologia até então limitada. O Zoe tem autonomia para rodar 210 quilômetros, mas a Renault afirma que isso varia conforme as condições de rodagem e o tipo de trajeto.
Mercado
O prof. Malvezzi afirma que a fabricação do carro com motor elétrico não deverá afetar o mercado de trabalho dos engenheiros mecânicos, já que, entre outros motivos, mesmo numa fábrica de motores elétricos, há necessidade desse profissional. ?Nós não atuamos somente no segmento automotivo e, mesmo nesse segmento, os veículos continuarão necessitando de freios, suspensão, estrutura e sistemas de segurança, em que atuam engenheiros mecânicos?, conclui.