edição 39 - Março de 2013

Impressora 3D permite fabricar objetos, alimentos e até próteses ósseas concebidos no computador


O Prof. Guilherme Lebrão acredita que a impressora vai revolucionar o consumo e desenvolver-se bastante nos próximos anos

Revolucionar a criação de objetos com alta tecnologia parece cada vez mais fácil, principalmente após a chegada, de forma mais acessível, da impressora 3D. Parece surreal, mas a impressora materializa a ideia que foi concebida e criada pelo computador,  sem precisar de qualquer molde para ser fabricado. Isso acontece, entre outros processos, pela fusão, ou seja, pelo aquecimento de fios poliméricos e sua posterior deposição em camadas, que produzem gradualmente um sólido. 

O aparelho consegue produzir ferramentas, utensílios de cozinha, vestuários, entre outros objetos, em questão de horas e com maior precisão do que as fabricadas em oficinas. Um pouco mais complexa é a impressão de alimentos e órgãos. O próprio Brasil ainda não dispõe desse artifício. Na questão de alimentos, o professor Guilherme Lebrão, da disciplina de Materiais de Compósitos e Poliméricos do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que uma das tecnologias utiliza alimentos proteicos, como o queijo, já que são polímeros e podem ser derretidos. Após impressos no formato desejado, podem ser ingeridos.

Também é possível imprimir uma prótese óssea, semelhante à real, garantindo as características estéticas ou funcionais. O prof. Guilherme afirma que isso é possível, pois utilizam-se os mesmos princípios de um objeto impresso por fusão, mas com matérias diferentes.

Atualmente, a impressora leva de cinco a seis horas para fabricar uma xícara de chá, por exemplo. Para o professor, não vai demorar para as lojas aderirem à máquina, já que ela pode personalizar produtos ao gosto de cada cliente de forma simples e relativamente rápida. ?A impressora vai revolucionar o consumo e desenvolver-se bastante nos próximos anos?, acredita.

A Mauá estuda a compra de uma impressora para ficar disponível aos estudantes dos cursos de Designde Produto, Engenharia de Produção, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Civil;  neste último, principalmente, para a produção de maquetes, como as de túnel de vento. ?Objetos como a Torre Eiffel não podem ser reproduzidas fielmente por uma maquete feita manualmente, mas a impressora produz com uma grande precisão e riqueza de detalhes. O aluno verá a ideia dele ser materializada, além de permitir que se corrijam erros conceituais?, explica.

Quando surgiu?

A impressora 3D surgiu há 15 anos nos Estados Unidos com a necessidade de a indústria aeroespecial e militar Americana produzir protótipos de forma rápida. Imprimiam, por exemplo, uma arma, que não funcionaria de verdade, mas serviria para ver se peças se encaixavam.

Na época, o produto custava cerca de 200 a 300 mil dólares. Hoje em dia, pode ser importado e montado por aproximadamente 900 dólares. Os fabricados no Brasil custam cerca de R$ 4.500,00, contudo os modelos à venda são bem simples e possuem poucos recursos. Modelos mais sofisticados podem imprimir em várias cores, durezas diferentes e até com materiais diferentes.

Acompanhe a Mauá nas Redes Sociais
Instituto Mauá de Tecnologia - Todos os direitos reservados 2025 ©