edição 32 | Junho de 2012    

Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, comenta as novas regras da caderneta de poupança


Ricardo Balistiero: A medida foi coerente com os objetivos da política monetária

Na primeira semana de maio deste ano, a presidente Dilma Roussef mudou as regras da caderneta de poupança a fim de acelerar a redução dos juros. Desde o início da crise, em 2008, o governo incentiva o consumo a fim de promover o crescimento econômico. Entretanto o modelo se esgotou.

A primeira mudança, em 22 anos, veio para evitar que a poupança virasse concorrente dos títulos públicos e abrir espaço para que a queda da taxa de juros pudesse ser acelerada. O governo fixou o rendimento de 70% da taxa Selic, anunciada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mais a variação da Taxa Referencial (TR).  Contudo, essa regra será aplicada somente quando os juros básicos recuarem para 8,5% ao ano, ou abaixo disso,  para garantir o lucro do poupador. ?Se o governo não muda a remuneração, não consegue baixar a Selic. A medida foi coerente com os objetivos da política monetária?, explica o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Em abril, a caderneta de poupança bateu recorde de captação.  De acordo com o Banco Central, os depósitos superaram os saques em um bilhão de reais. Para o professor Balistiero, essa medida blinda a caderneta de poupança contra a migração de aplicações de grandes investidores, que aproveitavam o momento para carregarem suas carteiras nessa modalidade de investimento. ?Como resultado da ação, outras aplicações se tornarão atrativas e trarão equilíbrio aos investimentos. Toda vez que uma pessoa aplica na caderneta de poupança,  o banco deve oferecer pelo menos 65% do total captado como linha de crédito imobiliário, mesmo que esse não seja o foco da instituição?, comenta o professor.

Para que o correntista tenha controle sobre os rendimentos, os bancos serão obrigados a apresentar, nos extratos, os saldos das cadernetas de poupança, discriminando os depósitos novos e os antigos, com a data da aplicação e o índice de correção de cada um. A modalidade, que continua isenta do Imposto de Renda e taxa de administração, ainda é uma opção válida para os investidores mais conservadores, mas,  para aqueles que quiserem buscar novas alternativas,  uma das sugestões do professor Balistiero é investir no Tesouro Direto. Nesse investimento,  o cidadão pode comprar títulos do governo diretamente, ou CDBs de bancos de primeira linha ? 10 maiores instituições financeiras do País ? com taxa de administração de até 1% e remuneração de pelo menos 95% do CDI.

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