Brasil: o terceiro país que mais cria empresas no mundo
Crescimento da Economia cria um ambiente desafiador e gera oportunidades para as grandes empresas
Entre 2000 e 2010, o número de empresas no Brasil cresceu 47% e alcançou 6,2 milhões. Hoje, o país cria 316 mil novos negócios por ano, segundo o Banco Mundial e no ranking posiciona-se em terceiro lugar como o mais empreendedor, perdendo apenas para Estados Unidos e Reino Unido. A fase atual é denominada por especialistas como a era do empreendedorismo de massa, com um número crescente de empresas atuando dentro dos limites da legalidade.
Segundo Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, o Brasil passa por um momento de estabilidade macroeconômica. ?Após desequilíbrios como inflação e gargalos externos, o país ficou fechado e de 20 anos, apenas, para cá, abriu-se para o mundo, passando a ter acesso a artigos como computadores e carros importados?, acrescenta o economista.
Após a abertura para o mercado internacional, houve melhora na participação em fóruns e debates mundiais, na imagem construída por manter a mesma política econômica há mais de 15 anos e por cumprir acordos financeiros. Eventos como Copa e Olimpíadas também são ocasiões de atração de novos investimentos e o empreendedor brasileiro consegue catalisar boa parte das transformações. Graças a essas mudanças, a taxa de sobrevida das empresas que ultrapassam dois anos de existência cresceu de 50% do começo da década, para 73% nos dias de hoje.
Entretanto, apesar de o Brasil ocupar a 126ª posição no ranking do Banco Mundial que classifica o ambiente de negócios em 183 países, o quadro burocrático e fiscal é pouco favorável. ?Temos como principal entrave um Governo paternalista. É mais vantajoso ter um capital rodando no mercado financeiro que abrir uma empresa de forma geral?, compara Balistiero. A carga tributaria brasileira é a maior do mundo, o que assusta investidores internacionais.
Outro ponto negativo levantado pelo especialista está nas constantes revisões de acordos como foi o caso das novas regras no mercado automotivo entre Brasil e México, anunciadas recentemente. ?O Brasil reviu as políticas macroeconômicas, o que alavancou muitos aspectos, mas as micro ficaram para trás. Além disso, as grandes obras de infraestrutura deixam a desejar, o que, com outros entraves, pode por fim a esse avanço?.
O alto ritmo de crescimento da economia cria um ambiente desafiador e gera oportunidades para as grandes empresas. Todo este quadro acirra a competição e confere dinamismo ao mercado; cabe agora ao Estado equilibrar essas forças.
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