Imprimir alimentos agora é realidade no Instituto Mauá de Tecnologia
IMT promove inovação com projeto que cria alimentos com diferentes formas e texturas
Impressora de alimentos do IMT permite criar produtos saudáveis e com texturas e formas diferenciadas.
Num trabalho conjunto e multidisciplinar, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) agora conta com uma impressora de alimentos, capaz de criar produtos saudáveis, com texturas e formas diferenciadas. A impressora de alimentos funciona de maneira similar ao de uma impressora 3D convencional, mas com a adaptação dos materiais, que são substituídos por ingredientes alimentícios.
Tatiana Tribess, professora do curso de Engenharia de Alimentos do IMT, detalha que o objetivo do projeto é criar alimentos com formas e texturas que não seriam possíveis por métodos tradicionais, além de garantir personalização conforme a necessidade de cada consumidor. “O produto precisa ser saudável, saboroso e industrialmente viável. O processo envolve contínua experimentação, testes de protótipos e ajustes nas formulações para garantir a viabilidade técnica e a qualidade dos alimentos impressos”, comenta.
Para isso, o projeto multidisciplinar conta com competências da Ciência de Alimentos, como a escolha e a interação dos ingredientes; da Engenharia de Alimentos e de Materiais, como o comportamento reológico da formulação a ser impressa; do Design, nas definições de formas e desenhos e da Mecatrônica, por ser um processo que envolve automação. Também fazem parte do projeto a professora e doutora Tatiana Matuda Massaoka e os técnicos Lucas Felix Arruda, Daniela Cristina do Couto e Márcia Coutinho da Silva.
“Para a realização de uma impressão 3D bem-sucedida de uma tinta alimentícia, três aspectos principais devem ser investigados: as propriedades do material, os parâmetros do processo e os métodos de pós-processamento. Para garantir que todas essas etapas sejam eficientes, contamos com o trabalho de uma equipe excepcional”, ressalta a professora.
A especialista explica ainda que é necessário entender o processo de impressão 3D por extrusão, ou seja, compreender o controle das propriedades de fluxo dos materiais, incluindo análises de interações das camadas, a fim de garantir uma deposição precisa e estável.
Por fim, é realizado um estudo das etapas de pós-processamento, incluindo tratamentos térmicos que podem ser necessários para obter a textura e o sabor desejados. O processo também envolve a criação de um modelo digital em software da forma que será impressa. A máquina deposita o material alimentar do modelo camada por camada, seguindo as coordenadas determinadas pelo modelo digital, até formar o produto. Para um bom resultado, a escolha dos ingredientes, a predição da forma de interação entre eles e os conhecimentos relativos à engenharia de alimentos são cruciais.
A aluna de Engenharia de Alimentos e de Iniciação Científica que participa do projeto, Bruna Lotti Bertucciessa, ressalta que a técnica é um grande passo para o setor: “Essa tecnologia permite diversas oportunidades e benefícios no processo de adaptação dos alimentos às necessidades individuais dos clientes, como idosos, atletas, pacientes com disfagia e indivíduos que desejam adicionar ou eliminar micro e macronutrientes específicos em sua dieta.”
Além disso, também existem benefícios na automação do processo de produção de alimentos, o que torna essa cadeia de criação mais sustentável, pois permite a redução do desperdício de alimentos e do uso de embalagens, além da utilização de fontes alternativas de nutrientes.
“Esse projeto coloca o IMT entre as poucas instituições no mundo que exploram essa tecnologia emergente. Esse investimento reflete o compromisso da Instituição com o desenvolvimento tecnológico do País, além de garantir a formação de alunos preparados para um futuro com maior demanda por alimentos e por soluções mais sustentáveis para o planeta”, finaliza a professora.
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