edição 2 | Maio de 2009    

Conscientização é o caminho para um mundo melhor

Informação e conscientização são as principais alavancas para uma mudança de comportamento da sociedade frente às questões ambientais. Discutir e adotar políticas que combatam as más práticas, investir em tecnologia e fontes limpas de energia, punir os infratores. Tudo isso é importante, mas a contribuição individual é indispensável para garantir um futuro seguro às próximas gerações.


Professor Roberto Peixoto, Pró-Reitor Acadêmico do Centro Universitário do IMT

No próximo 05 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, lançado em 1972 num encontro da ONU (Organização das Nações Unidas) para se discutirem as questões do meio ambiente. Na ocasião, 113 países e 250 organizações não-governamentais discutiram os riscos à sobrevivência no planeta e acertaram um plano de ação totalmente voltado para essa questão.

De lá para cá, muita coisa vem evoluindo e, a cada dia, o tema ganha mais importância na pauta global. Entre as iniciativas conjuntas mais relevantes, o Protocolo de Montreal, assinado em 1987, e o Protocolo de Quioto, firmado em 1997, são pontas de lança para mudanças em níveis mais profundos em todos os aspectos - político, social e científico.

Pioneiro e inovador em sua concepção, o Protocolo de Montreal representa um grande marco na luta pela preservação do Meio Ambiente. Com esse Protocolo, que tem como principal objetivo a proteção da camada de ozônio, os países signatários comprometeram-se com um calendário de eliminação do uso de substâncias destruidoras da camada de ozônio em diversos processos industriais e de produtos. Para isso, em sua 1ª. Fase - já bem evoluída - o Protocolo de Montreal previa a eliminação dos clorofluorcarbonos (CFCs), usados em equipamentos de refrigeração e aparelhos de ar-condicionado, por exemplo. Agora, o desafio é a eliminação do uso dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), também utilizado em refrigeração e ar condicionado e na produção de espumas, principalmente nos países em desenvolvimento. Apesar de os HCFCs causarem menos dano à camada de ozônio, são gases com alto potencial de aquecimento global  (GWP - Global Warning Potencial) mais de 2000 vezes o valor do GWP do dióxido de carbono (adotado como referência unitária).   Em função disso, na celebração dos 20 anos do Protocolo de Montreal, em 2007, os países signatários decidiram antecipar a data final para eliminação dessas substâncias e também introduzir etapas de redução intermediarias. A primeira etapa é o congelamento do consumo em 2013. Destaca-se ainda o forte impacto que essas medidas estão provocando na área científica e tecnológica, fazendo com que haja uma intensificação de esforços de muitos países na busca de soluções, no investimento em estudos e pesquisas e na adoção de políticas mais modernas para as questões ambientais para suas indústrias.

O mundo está sendo obrigado a ampliar cada vez mais o olhar para outros impactos, como os problemas do efeito-estufa e as alterações climáticas, ambos presentes na pauta do Protocolo de Quioto. Seu foco é reduzir a emissão dos gases causadores do efeito-estufa em 5%, na comparação com os níveis de 1990. Especialistas acreditam que a intensificação do aquecimento global, causado pela emissão desenfreada de gases causadores de efeito estufa, pode provocar consequências catastróficas para a humanidade nas próximas décadas. Em vigor desde 2005, o Protocolo de Quioto prevê que suas metas sejam atingidas entre 2008 e 2012, quando ele expira. A intensidade do corte nas emissões de gases poluentes é variável de um país para outro, conforme seu grau de desenvolvimento.

Mais complexo em suas implicações, o Protocolo de Quioto não prevê o apoio de fundos que financiem projetos e pesquisas nos países em desenvolvimento. Nesse sentido, foram criadas outras formas de incentivo, como o lançamento de créditos de carbono.  O lado bom é que há uma mobilização mais efetiva e uma vontade política mais consolidada para a solução dos problemas ambientais. O lado ruim é que ainda há muito a ser feito. 

As pessoas precisam despertar para as questões mais importantes, como a camada de ozônio, o efeito-estufa e suas consequências, mas precisam também começar a pensar e agir diferentemente em seu cotidiano, nas pequenas coisas. Incorporar hábitos "ecologicamente" saudáveis faz muita diferença e pode gerar melhorias fundamentais, como ser mais consciente no consumo da água, fazer o descarte do lixo de forma seletiva, e alterar tantas outras atitudes presentes na vida moderna. 

Numa análise geral, o Brasil ainda luta para resolver problemas que impactam forte e negativamente o meio ambiente, como as queimadas - ainda adotadas em larga escala em regiões rurais - e o caos no setor de transportes, principalmente nos grandes centros.

(*) Professor Roberto Peixoto, Pró-Reitor Acadêmico do Centro Universitário do IMT e Mestre em Engenharia (Universidade de São Paulo, 1986), Doutor em Engenharia Mecânica (Universidade de São Paulo, 1994). É, ainda, membro do Comitê de Opções Técnicas em Refrigeração e Ar Condicionado do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Participou de grupo de trabalho criado pelo TEAP - UNEP para estudar as implicações para o Protocolo de Montreal da inclusão dos HFCs e PFCs no Protocolo de Quioto e também como "Coordinating Lead Author" do estudo especial desenvolvido pelo IPCC /TEAP intitulado "Safeguarding the Ozone Layer and the Global Climate System, Issues Related to Hydrofluorocarbons and Perfluorocarbons" (2003-2005).

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