Pesquisadores da Mauá desenvolvem projeto que visa reativar os atributos sensoriais e a convivência social pós-pandemia
Por meio de estudos de biomimetismo e biodesign, a pesquisa visa discutir a reorganização da vida social para os novos ajustes nas vivências e relações humanas
Pesquisadores do IMT desenvolvem estudo inédito que oferece interface entre o design, a arte e a tecnologia.
No contexto pós-pandêmico, há muitos cenários que precisam ser reajustados na vida das pessoas e até mesmo nas relações interpessoais, drasticamente afetadas com o isolamento social. Nesse período, houve um crescimento exponencial da tecnologia, o que ajudou a manter a interatividade entre as pessoas, porém com perdas significativas na sensibilidade dos atributos sensoriais tátil, sonoro e visual, mesmo com a retomada das atividades presenciais.
Para ajudar a questionar os ajustes necessários nas relações humanas, os pesquisadores do Grupo de Pesquisa LabDesign, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), sob a coordenação da professora Dr.ª Agda Carvalho, estão desenvolvendo uma pesquisa sobre os chamados wearables (dispositivos “vestíveis”) e a sociabilidade, que deve ser finalizada até 30 de março de 2023. O projeto também conta com a participação do professor Dr. Everaldo Pereira, professor M.Sc. Murilo Marcos Orefice, engenheiro Guilherme Ikeda e mestrando Rodrigo Rez, do Grupo Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Arte, Ciência e Tecnologia (GIIP), do Instituto de Artes da Unesp.
“Usamos estudos de biomimetismo (ideias inspiradas na natureza) e de biodesign (integração do design com sistemas biológicos), principalmente com estruturas visuais de fungos, para investigar superfícies e as relações entre sistemas. Nossa pesquisa tem como objetivo, portanto, despertar o olhar crítico para as relações de sociabilidade com foco no corpo/usuário em conexão com os dispositivos ‘vestíveis’ (wearables), que medem as relações espaciais e podem potencializar os atributos sensoriais, por meio da estrutura e da tecnologia”, comenta a coordenadora.
Pesquisa exclusiva do LabDesign
De acordo com os pesquisadores, esse tipo de estudo é inédito, porque oferece uma interface entre o design, a arte e a tecnologia. Trata-se de uma forma de propor futuro com o design especulativo e o biomimetismo, com a perspectiva do uso de tecnologias emergentes, para realizar aplicações de sensoriamento e conectividade.
Por meio dessas ferramentas, o estudo apresenta uma proposta de desenvolvimento de uma peça que potencialize os atributos do corpo em articulação espacial, na situação em que se reorganiza com o uso da tecnologia e com os desafios futuros. “Logo, o objetivo primordial é uma investigação teórico-prática para despertar uma consciência crítica da mudança da percepção dos atributos sensoriais tátil, sonoro e visual. E, dessa forma, anunciar possíveis transformações nos relacionamentos sociais mediados por tecnologias digitais”, reforça a Dr.ª Agda.
O estudo poderá ser apresentado em exposições de arte e tecnologia, principalmente na exposição do Encontro Nacional de Arte e Tecnologia, que será realizado no Museu Nacional da República, em Brasília, entre outras exposições, como em São Paulo e no Chile. “A pesquisa também será mostrada em workshops, seminários e palestras, comunicação interpessoal, eventos locais, sites, encontros de grupos de pesquisa, oficinas de disseminação, relatórios técnicos, seminários científicos, publicações científicas e meios de comunicação em geral”, conclui Dr. Everaldo.
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