INFOMAUÁ Mauá
edição 114 - Julho de 2020

Pandemia traz novos desafios ao controle de qualidade na Indústria de Alimentos

Tatiana Matuda, coordenadora do módulo de pós-graduação em Tecnologia de Alimentos na Mauá, fala sobre papel da engenharia de alimentos no novo cenário

Tatiana Matuda, coordenadora do módulo de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos na Mauá.

As mudanças provocadas pelo novo vírus foram profundas e impactaram quase todos os aspectos de nossa vida. Entre as transformações mais significativas estão os hábitos de consumo de alimentos, que tiveram de ser adaptados rapidamente a uma nova rotina de isolamento físico com trabalho e estudo remotos.

Em resposta à pandemia, as famílias passaram a fazer mais refeições em casa e a optar por itens com prazos de validade mais extensos, reduzindo o número de idas ao mercado. Combinados, esses comportamentos levaram a um aumento no consumo de itens básicos da alimentação.

Engenheira de alimentos e coordenadora do módulo de pós-graduação em Tecnologia de Alimentos no Instituto Mauá de Tecnologia, Tatiana Matuda destaca que, por ser uma atividade essencial, a produção de alimentos não foi suspensa e não enfrentamos risco de desabastecimento.

Além de garantir que a comida continuasse chegando às mesas, o setor mostrou um movimento intenso em outros aspectos. "A indústria tem-se adaptado ao novo comportamento do consumidor, buscando novos canais para fidelizar o cliente, valorizando a comunicação sobre a segurança de seus produtos e a divulgação de suas certificações de qualidade, que abrangem desde a homologação de fornecedores de matérias-primas e embalagens, registros, controles de pontos críticos de processo, até treinamentos e produto acabado."

Tatiana destaca que o controle de qualidade na indústria de alimentos e nos serviços de alimentação é responsável pelas boas práticas de fabricação, que incluem o treinamento dos colaboradores. Neste momento, a área passou a se preocupar também com o reforço das medidas de higiene já consolidadas no setor, com maior atenção à necessidade não apenas de substituir profissionais que ficam doentes, como também à possível e urgente necessidade de novos fornecedores e às recomendações dos órgãos públicos.

"Apesar do esforço para migrar as vendas para entregas por aplicativos ou no balcão, os serviços de alimentação, como padarias e restaurantes, foram os mais impactados pela pandemia no setor de alimentos. Assim, no retorno gradual às atividades, enfrentarão um aumento da concorrência, uma vez que o setor de alimentação pode constituir-se como uma nova fonte de renda aos que perderam seus empregos durante a crise", diz a engenheira.

Mudanças na indústria de alimentos provocadas pela pandemia trazem novas oportunidades para a engenharia de alimentos

Em meio a novos desafios, surgem oportunidades para a engenharia de alimentos. "Esse profissional atua em toda a cadeia produtiva, desde a coleta das matérias-primas até a disposição do alimento na mesa do consumidor, com o objetivo de garantir produtos seguros, nutritivos, saborosos, com as características desejadas pelo consumidor e com maior vida útil possível", explica Tatiana Matuda.

A engenheira conta ainda que passam pela mesa desse profissional as operações de desenvolvimento de processos e produtos alimentícios que incluem a criação do produto, projetos de instalações e equipamentos, processos de produção, controle de qualidade e garantia da segurança dos alimentos, escolha de embalagens e adequação à legislação, considerando o uso racional dos recursos naturais. "Sua formação também valoriza as necessidades do consumidor, acompanhando tendências de mercado e entrega de soluções, gera negócios e possibilita a oferta de consultoria de treinamentos, desenvolvimento e melhorias".

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