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Água é vida
Fundamental para a manutenção da biodiversidade e para a preservação da própria vida, a água é, sem dúvida, um recurso estratégico para a humanidade...
Economizar água é vital para todo o Planeta. Na Mauá, os estudos que apontam as melhores alternativas para o reuso de águas residuárias têm o compromisso de contribuir com as questões de sustentabilidade
Não é à toa que as campanhas de incentivo ao uso racional da água têm crescido em todo o mundo. A água tem importância, não só quanto ao aspecto ecológico, mas também quanto ao ponto de vista econômico e social. Todas as civilizações dependem - e dependerão - da água para sua sobrevivência econômica e biológica. Embora 70% da superfície da Terra sejam constituídos por água, apenas 2,2% do recurso está disponível na superfície do planeta para ser consumida pelo homem. Segundo a ONU, esse volume seria suficiente para toda a população mundial, se não houvesse tanto desperdício e poluição.
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a disponibilidade de água no mundo são preocupantes. Atualmente, 1,2 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e, até 2025, estima-se que cerca de 2,8 bilhões de pessoas, em 48 diferentes países, viverão em situação de escassez total de água.
Além de uma postura mais consciente quanto ao uso da água por parte de cada um, a adoção de processos que possibilitem o reuso da água em diversas atividades pode contribuir muito para a preservação desse recurso no planeta. Estudar e aprofundar as possibilidades de reaproveitamento das águas residuárias é o principal objetivo do Laboratório de Engenharia Bioquímica da Mauá. Criado em 1998, ele sempre se dedicou a desenvolver projetos voltados ao tratamento biológico de águas residuárias. A cada ciclo de estudos, o laboratório desenvolve pesquisas nessa área com novos equipamentos e reatores, para registrar e publicar os resultados.
“Agora em 2010, começamos um estudo focado no tratamento das águas residuárias provenientes dos processos industriais do setor de laticínios e do efluente da produção de biodiesel”, explica o Professor Doutor José Alberto Domingues Rodrigues, que coordena as pesquisas do Laboratório de Engenharia Bioquímica da Mauá ao lado das professoras doutoras Suzana Maria Ratusznei e Catarina Simone Andrade do Canto.
Ele explica que esse laboratório tem como compromisso a pesquisa de alternativas para as águas residuárias industriais. A cada projeto concluído, financiado por agência estadual (FAPESP) ou federal (CNPq) de fomento à pesquisa, toda a informação técnico-científica do estudo é publicada em revistas internacionais, disponível para consulta de todos os interessados da área acadêmica e da indústria.
As pesquisas nessa área são de fundamental importância para apontar caminhos e processos mais inteligentes e com recursos tecnológicos cada dia mais avançados que permitam uma economia de água em grande escala. Ao adotar processos de tratamento de águas residuárias eficientes, tanto as indústrias quanto as administrações públicas podem fazer uso dessa água tratada para fins considerados menos nobres, como, por exemplo, lavagem de ruas, abastecimento de banheiros, limpeza de áreas e reuso em processos industriais.
“Um dos aspectos abordados nesse projeto diz respeito à utilização de agentes poluentes presentes na água residuária para a geração biológica de hidrogênio e metano, que podem ser aproveitados na operação de caldeiras e de células de hidrogênio, por exemplo”, explica o professor José Alberto.
Professor Doutor José Alberto Domingues Rodrigues e professoras doutoras Catarina Simone Andrade do Canto (à esquerda) e Suzana Maria Ratusznei.
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