edição 93 - Julho de 2018

Co-founder e CTO no Milênio Bus, Marcel Ogando revela suas conquistas profissionais por meio de sua startup

A Milênio Bus foi criada durante um hackathon da EMTU e tem como objetivo resolver os problemas de superlotação dos ônibus.

É possível identificar em algumas pessoas quais serão suas escolhas profissionais ainda na infância. Por meio do comportamento, preferências e atividades, dá para se ter uma ideia de quais caminhos ela poderá percorrer no futuro. Foi o que aconteceu na vida do co-founder e CTO no Milênio Bus, Marcel Ogando, ex-aluno do curso de Engenharia de Controle e Automação do Instituto Mauá de Tecnologia.

Ligado ao mundo da tecnologia, Ogando desde pequeno já apresentava facilidade para mexer com computadores. Aos 9 anos, desenvolveu seu primeiro algoritmo e, aos 13, seu primeiro website. Quando precisou optar por uma carreira, apaixonou-se pela Mauá e encontrou um curso que na instituição abrange as três áreas que fazem parte da sua vida: Mecânica, Eletrônica e Computação.

Mas, durante o seu TCC, o ex-aluno reconheceu mais uma habilidade. "Recebi um convite para fazer um curso de Empreendedorismo e Inovação na Boston College, junto de um grupo de empreendedores da IEC. Foi quando reconheci o meu potencial como empreendedor e soube que gostaria de empreender", comenta.

Milênio Bus

Observando um problema de gestão de ônibus públicos num hackathon da EMTU, Ogando e seus sócios descobriram que parte dos problemas de superlotação e eventuais atrasos dos ônibus acontecem por não existir uma boa maneira de medir a eficiência das linhas de ônibus no Brasil, o que dificulta a tomada de decisão de órgãos públicos e privados para a reestruturação das linhas. Com isso, identificaram um problema gravíssimo: a catraca, geralmente, deixa de registrar grande parte dos passageiros que passam pelo ônibus.

"Pensamos: está aí! Precisamos inventar uma maneira de fornecer um dado confiável para as empresas de ônibus em tempo real, informando onde os passageiros mais embarcam e desembarcam, em quais horários e qual é a lotação dos ônibus." Com os dados em mãos, surgiu também a possibilidade de disponibilizá-los aos usuários, que poderiam usar os números a seu favor. "Foi quando nasceu o Milênio Bus que, com câmeras biométricas, consegue informar a quantidade assertiva de passageiros no ônibus", explica o ex-aluno.

Conquistas

Com tantas criações, soluções e inovações, o co-founder e mais dois sócios vêm ganhando destaque no Brasil e no mundo. Foi num hackathon que desenvolveram um protótipo de contagem de passageiros e venceram o evento. Em agosto do ano passado, a EMTU e a Metra disponibilizaram um ônibus para a instalação do protótipo de contagem de passageiros, essencial para validar o produto e um laboratório para o desenvolvimento do contador de passageiros, o E-Lab.

Meses depois, foram campeões de uma olimpíada de inovação na Suíça. Em abril de 2018, ganharam um prêmio de melhor startup na Universidade de Harvard e no MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Apresentaram o projeto para um evento de inovação em Dubai e, recentemente, a Prefeitura de São Paulo forneceu o programa de residência no MobiLab, onde ficam algumas startups de mobilidade urbana selecionadas por eles. Hoje, Ogando e seus sócios possuem mentoria de diversos profissionais do MobiLab e apoio da Prefeitura de São Paulo para o desenvolvimento do projeto.

"Anteriormente, estava trabalhando numa outra startup, mas chegou um momento em que não fazia mais sentido tocar as duas coisas ao mesmo tempo. Então, decidi focar a minha startup. Visto que somos uma equipe multidisciplinar, cada um dos três integrantes fica com um cargo essencial para a empresa: eu cuido da área de desenvolvimento de sistemas, o Fábien Oliveira, do hardware e das operações, e o Renato Rodrigues, do business e marketing", comenta.

Dia a Dia

Numa startup, Ogando comenta que cada dia é um dia. Nesses últimos dois meses, a Milênio Bus está prospectando investidores e clientes. "Hoje, faço um pouco de tudo: desenvolvo sistemas, instalo as câmeras de contagem de passageiros no nosso ônibus da Metra, faço a aquisição de componentes, trabalho com algoritmos de Deep Learning em sistemas embarcados, apresento a startup para clientes e investidores, desenvolvo o nosso aplicativo e a nossa plataforma. Então, literalmente, coloco a mão na massa", comenta.

Mauá

Quando perguntamos sobre suas lembranças na Mauá, o ex-aluno contou que a instituição foi a peça essencial para que tivesse aptidão de trabalhar fazendo o que faz hoje. "Durante o meu período de faculdade, tive a oportunidade de estagiar em grandes bancos e aprender as tecnologias mais modernas utilizadas pelo mercado. No meu último ano de graduação, a Mauá inspirou-me muito a ter um lado empreendedor mais ativo. Além de aprender muito sobre a minha área técnica, também aprendi que vender é a parte mais difícil e importante do negócio", destaca.

Mensagem

Jovem e com uma extensa lista de conquistas, Ogando transformou o seu sonho de infância num modelo de negócio. Para ele, é excepcional poder trabalhar com algo de que gosta e evoluir constantemente. Mas só isso não é o bastante; também é necessário ter muita força de vontade e resiliência para uma carreira de sucesso. 

"Eu sei que ter uma startup inovadora é algo que leva tempo e é necessário ter resiliência. Aprendi isso com muito trabalho e dedicação. Se você possui uma ideia inovadora e tem vontade de mudar o mundo, não desista. O Brasil está carente de empreendedorismo em muitos segmentos e existem diversas oportunidades por aí", finaliza.

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