edição 87 - Novembro de 2017
Professor Francisco Olivieri explica as razões para isso
Prof. Olivieri salienta que as reformas da previdência, a fiscal, a tributária e a política são imprescindíveis para que o crescimento seja mais rápido.
O final do ano está chegando e, com ele, temos motivos para começar a acreditar um pouco mais na retomada do crescimento econômico do País. Recentemente, a FGV publicou os dados da Sondagem do Consumidor em que indica um aumento da confiança em outubro. O índice subiu 1,4 ponto, atingindo 83,7 pontos na série com ajuste sazonal.
Além disso, as vendas de aço pelos distribuidores, conforme divulgado em 25 de outubro de 2017, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), representa uma queda em relação a agosto, mas as compras apresentaram uma alta, o que reflete uma melhora da atividade doméstica.
"E não é só isso. O Risco País, medido pelos CDs de cinco anos, nunca teve um valor tão baixo como o medido em 24 de outubro. O número ficou em 171 pontos, o que reflete maior confiança dos investidores estrangeiros no Brasil", explica o superintendente geral do Instituto Mauá de Tecnologia, professor Francisco Olivieri.
Ainda segundo ele, a Bolsa de Valores - B³ apresenta grande valorização, o que reflete, também, o ânimo dos investidores. “O Relatório FOCUS do Banco Central do Brasil mostra que 2017 deve emplacar um crescimento do PIB da ordem de 0,73% e um crescimento industrial de cerca de 2,00%. Já para 2018, essas taxas são respectivamente de 2,50% e 2,73%. Alguns agentes econômicos refizeram cálculos devido à contração econômica verificada em agosto passado, mas percebe-se que isso foi um "soluço". Assim, a economia já se movimenta - com lentidão, mas de forma consistente", complementa.
Com a aproximação do final do ano, começamos a ter motivos para acreditar um pouco mais na retomada de crescimento do Brasil.
É claro que o cenário ainda está longe de ser extremamente positivo. Para dar sequência ao crescimento econômico e propiciar certa velocidade a ele, é necessário fazer reformas sérias como: a da previdência, a fiscal, a tributária e a política. "As reformas trarão maior confiança aos investidores que farão aportes de recursos para modernizar as operações produtivas. Veja que, mesmo com a atual situação política brasileira, os IPOs realizados em 2017 já trouxeram para o mercado cerca de R$ 33 bilhões", acrescenta prof. Olivieri, ao mencionar que, infelizmente, o Brasil não tem uma classe política que se preocupa com a Nação, mas, sim, em se autoproteger. "Com isso, o País irá movimentar-se, falando-se no campo da Economia, mas não com a velocidade desejada".
A partir desse momento, os consumidores e empresários podem começar a investir e a aumentar o consumo, mas sempre com muita cautela. Essa movimentação é importante para gerar crescimento econômico. "Já o empresário deve ter foco no mercado internacional, pois, como vimos num passado recente, a economia não cresce consistentemente com base unicamente no consumo interno, como pretendiam os últimos governos", explica.