edição 74 - Agosto de 2016

Equipe do Instituto Mauá de Tecnologia desenvolve pesquisa sobre aproveitamento de polpa e de fibra de coco verde

Com a polpa, a ideia é criar alternativas para reduzir a necessidade de incluir aditivos em formulações de alimentos; já a fibra deve ajudar a despoluir águas contaminadas.

Uma preocupação constante do Instituto Mauá de Tecnologia é oferecer condições para uma boa formação científica e tecnológica de seus alunos, assim como seu aprimoramento ao longo da carreira. Diante disso, o investimento da Instituição no desenvolvimento de pesquisas científicas é sempre encarado como uma prioridade.

Professores dos cursos de Engenharia Química e de Engenharia de Alimentos da Mauá, Antonia Iguti, Elisena Seravalli, Edison Triboli, José Luiz Fejfar e Patricia Freitas, sob a coordenação da professora Eliana Paula Ribeiro, desenvolvem uma pesquisa sobre o aproveitamento de polpa e fibra de coco verde.

Conheça o projeto

A Mauá vem conquistando excelentes resultados com a pesquisa sobre o aproveitamento de polpa e de fibra de coco.

Com início em 2004, a ideia surgiu com o TCC de alunas de Engenharia de Alimentos, que desenvolveram um gelado comestível. O produto ficou muito parecido com o sorvete de massa comum, mas dispensou o uso de aditivos normalmente presentes nesse alimento, além de não conter leite nem seus constituintes. “Isso nos levou a pensar que, além do sorvete, outros produtos alimentícios poderiam ser formulados com a polpa de coco verde. Verificamos posteriormente que podemos aplicar a polpa de coco verde também em bolos e pães, em substituição aos mesmos tipos de ingredientes”, afirma a professora Elisena.

O estudo atual consiste na utilização de resíduos do coco verde gerados pela extração da água de coco usada como bebida. “Estudamos como a polpa e a casca de coco verde podem ser aproveitadas. No caso da polpa, a ideia é criar alternativas capazes de reduzir a necessidade de incluir aditivos em formulações de alimentos, substituindo-os por ingredientes não-aditivos que apresentem as mesmas propriedades tecnológicas”, explica a professora Antonia.

Os resultados levaram ao aprofundamento dos estudos, especificamente no que se refere às propriedades que permitiriam aplicações da polpa em alimentos, como ingrediente. Nesse sentido, alunos de graduação, desenvolvendo trabalhos de iniciação científica, foram agregados ao grupo para estudar as propriedades emulsificantes e espumantes e realizar estudos de secagem desse material. Resultados de uma dissertação de mestrado revelaram a importância das proteínas nas propriedades emulsificantes e espumantes da polpa.

Quanto ao aproveitamento da casca, material volumoso e de lenta decomposição, deseja-se encontrar aplicações na área ambiental, como meio de despoluir águas contaminadas especificamente com duas classes de substâncias: BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) presentes em gasolina e corantes da indústria têxtil. Nesse sentido experimentos estão sendo realizados para verificar a capacidade que a fibra possui de adsorver os poluentes citados.

Principais benefícios

Um estudo que começou em 2004 por alunos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Mauá, e que tem continuidade ano a ano, ganha ainda mais força.

Além da oportunidade de oferecer aos alunos de Iniciação Científica uma formação diferenciada quando trabalham no projeto, quatro tipos de empresas também poderão usufruir dos resultados:

1) as que processem esses materiais considerados de descarte;

2) as que industrializem água de coco verde, que não mais precisarão dar destino ao lixo sólido;

3) as que precisarem despoluir águas contaminadas com BTEX ou com resíduos de corantes da indústria têxtil;

4) as que possam utilizar a polpa como substituição de aditivos nos variados setores de produção de alimentos.

Além disso, a redução do lixo sólido e a despoluição de águas beneficiarão a sociedade de modo geral.  Após a finalização do projeto, o objetivo dos envolvidos é oferecer as soluções ao mercado com base nas alternativas de uso desse material e conseguir o apoio de tecnologias que viabilizem esses usos.

Neste ano, também fizeram parte do projeto os alunos Giulia Savazzi - Patricia A. de M. Freitas, Karina Fernandes Pimentel, Leticia Cristina Pereira, Giovanna Fracassi Ripari – Elisena A. G. Seravalli e Marina Piasentini Oliva. Em 2015, os alunos Tiago dos Santos, Eduardo Alvares, Fernanda Nunes Goncalves e Caio Sagradi Galiango, alunos de Engenharia Química sob orientação da professora Antonia M. Iguti, desenvolveram o projeto intitulado Estudo, com o uso da fibra de coco verde, da adsorção de hidrocarbonetos presentes em água contaminada com gasolina, como Trabalho de Conclusão de Curso.

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