edição 71 - Maio de 2016
Artigo de autoria do Prof. Francisco Olivieri - Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia e professor do curso de Administração.
Até o julgamento do Impeachment é pouco provável que ocorra mudança na política econômicaAntes de tudo, vejamos os tempos: a discussão da admissibilidade do processo de impedimento da Presidente Dilma V. Rousseff deverá ocorrer em 12 de maio de 2016, no Senado Federal. Admitida a continuidade do processo, a Presidente ficará afastada por, no máximo, 180 dias quando preparará sua defesa.
Trocando em miúdos: até 12 de maio é pouco provável que ocorra alguma mudança em termos de ajuste fiscal e de política econômica – que depende, em grande parte, desse ajuste, tendo em vista que o governo não recebe apoio necessário no Congresso Nacional para fazer essas mudanças, nem tem ânimo para tal, já que o próprio PT – partido político da Presidente - é contra, além dos movimentos sociais, como MTST, CUT, MST, entre outros.
No momento em que, eventualmente, a presidente iniciar seu processo de defesa (de até 180 dias), o vice-presidente, Michel Temer, assumindo o mais alto cargo executivo do País, deverá tentar empreender algumas mudanças fiscais, econômicas e financeiras, contando, para isso, com o apoio teoricamente de quem votou, na Câmara dos Deputados, a favor do processo de impedimento. Ocorre que mudanças dessa ordem não são feitas do dia para a noite, pois requerem muitas negociações e atingirão, é certo, programas de cunho social que: louváveis e necessários, quando implantados no final do governo FHC (note que os nomes dos programas foram alterados por motivos políticos), fugiram ao controle nos anos seguintes gerando grandes problemas orçamentários (leiam-se: fiscais).
Em suma: não devemos esperar alterações sensíveis ao longo do processo de impedimento, de qualquer cunho que seja, já que a precaução exacerbada e o tempo necessário para sua implementação “jogam” contra.