STEM Women Network e Mauá formam nova geração de líderes femininas
Programa de mentoria promove protagonismo, autoconfiança e pertencimento feminino em áreas ainda dominadas por homens
Iniciativa que une Mauá e rede internacional para fortalecer a presença feminina em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, formando mulheres líderes, confiantes e protagonistas.
Iniciado em março de 2025, o STEM Women Network nasceu com um propósito ambicioso: apoiar e inspirar mulheres em início de carreira nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. A iniciativa é uma parceria entre a Mauá e a rede internacional STEM Women Network, idealizada em conjunto pela professora Ana Paula Gonçalves Serra, pró-reitora de Graduação, Ana Carolina Cardoso Guilhen e Darlem Bodak, representantes da rede no Brasil.
A primeira edição do programa, concluída em outubro de 2025, reuniu 23 alunas mentoradas e 23 mentoras voluntárias, todas com atuação destacada em engenharia, tecnologia, inovação e gestão. O formato incluiu 12 sessões individuais de mentoria e seis encontros presenciais no campus da Mauá, com palestras, workshops e rodas de conversa sobre liderança, carreira, propósito e protagonismo feminino.
Segundo a professora Ana Paula Serra, o programa vai muito além do apoio acadêmico. “A mentoria tem um poder transformador porque cria vínculos, fortalece a confiança e ajuda as estudantes a reconhecerem seu potencial. A presença feminina em STEM ainda é pequena, e precisamos atuar na base, incentivando as jovens desde o início da graduação para que permaneçam e cresçam nessas áreas, principalmente”, destaca.
Impactos e desafios
A urgência dessa ação se reflete nos números. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, realizado em 2025, as mulheres representam apenas 28,2% da força de trabalho global em STEM e, no Brasil, apenas 12,3% dos cargos de tecnologia são ocupados por elas. Diante desse cenário, torna-se evidente a importância de iniciativas que promovam protagonismo e reduzam as barreiras estruturais e culturais que afastam mulheres das carreiras tecnológicas.
Prof.ª Ana Paula Serra ressalta que a mentoria é apenas o começo: o objetivo é formar mulheres confiantes e líderes em STEM, criando uma rede de apoio que inspira ex-mentoradas a se tornarem futuras mentoras.O impacto do programa já é perceptível. As mentoradas relatam maior autoconfiança, clareza sobre metas profissionais e senso de pertencimento. “Elas se sentem mais preparadas para enfrentar desafios e mais motivadas a buscar oportunidades de crescimento e liderança. Algumas começaram a se envolver em entidades estudantis, projetos de pesquisa e programas de estágio”, conta a pró-reitora.
Além disso, a mentoria também reforçou laços de empatia e colaboração. “Desde o início, estabelecemos uma rede de confiança e escuta ativa entre mentoras e mentoradas. Essa troca foi essencial para que as alunas se sentissem seguras para expor dúvidas, inseguranças e conquistas. O resultado é um ambiente acolhedor e inspirador, que transcende o aprendizado técnico”, comemora Ana Carolina Guilhen, representante da STEM Women Network.
O sucesso da primeira edição já inspira planos para 2026. O objetivo é ampliar o número de participantes e consolidar o programa como uma ferramenta estratégica de retenção e desenvolvimento de talentos femininos em STEM. “Participar do programa foi uma experiência emocionante e transformadora. Aprendi sobre carreira, propósito e, principalmente, sobre acreditar em mim mesma. Descobri que, muitas vezes, o maior passo é vencer o medo — e, depois do medo, vem o mundo”, conta Luísa Lério Leite, estudante de Ciência da Computação.
Já para Letícia de Carvalho Silva, também aluna de Ciência da Computação, o aprendizado foi decisivo. “Os testes de personalidade me ajudaram a entender meus pontos fortes e o que eu precisava melhorar. Hoje me sinto mais segura, sei onde focar meus esforços e tenho mais coragem para tentar programas de estágio e trainee.”
Fortalecer a rede de apoio entre mulheres na área de STEM é essencial para a continuidade desse movimento de transformação. “Queremos que as ex-mentoradas se tornem futuras mentoras, criando um ciclo virtuoso de empoderamento e representatividade. A mentoria é apenas o início de uma transformação mais profunda, pois, mais do que formar engenheiras ou cientistas, queremos formar mulheres confiantes, resilientes e protagonistas de suas trajetórias. Quando elas permanecem, crescem e lideram, toda a sociedade avança”, finaliza a professora Ana Paula Serra.
|