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edição 161 - Março de 2025

Como aplicar a Inteligência Artificial na educação?

Octavio Mattasoglio Neto, professor do IMT, destaca a importância da tecnologia somada ao pensamento e análise crítica

O avanço da inteligência artificial (IA) tem transformado diversos setores da sociedade, e a educação não é exceção. A tecnologia oferece novas possibilidades para tornar o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e personalizado, atendendo às necessidades específicas dos estudantes e incentivando os professores a explorarem novas estratégias.

Como explica Octavio Mattasoglio Neto, presidente da Academia de Professores do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), para os estudantes  uma das principais vantagens da IA é o acesso rápido e objetivo ao conhecimento. A funcionalidade de respostas automáticas facilita a realização de tarefas extraclasse e tem-se tornado uma ferramenta comum dentro da sala de aula.

. Octavio Mattasoglio Neto é presidente da Academia de Professores do Instituto Mauá de Tecnologia."Um professor pode apresentar um tema específico, um fato ou um evento e quase imediatamente algum aluno, pesquisando numa plataforma de IA, trazer informações adicionais àquilo que foi trazido pelo professor. Isso é saudável e ajuda a tornar o diálogo em sala de aula mais rico e dinâmico”, comenta.

Outra utilização recorrente da IA está na resolução de exercícios e pesquisas, ou até mesmo a tradução de textos em tempo real e a criação de legendas, que podem auxiliar pessoas com deficiência auditiva.

 Essas facilidades, porém,  também apresentam desafios. O uso abusivo da IA pode gerar uma dependência excessiva no estudante, que corre o risco de se tornar um mero transcritor das soluções apresentadas. "É importante que ele perceba que a IA deve estar a serviço do desenvolvimento do seu conhecimento e de suas competências. Uma solução pronta deve ser criticamente analisada e questionada”, complementa o especialista.

Além disso, a formulação correta das perguntas é essencial para obter respostas precisas e relevantes. "Não saber perguntar leva ao risco de se receberem respostas inadequadas ao que se procura", destaca.

Como mais um desafio está a questão da autoria e da ética acadêmica. Trabalhos produzidos por IA pertencem à plataforma e não ao estudante, tornando essencial que os professores discutam questões de propriedade intelectual e plágio com suas turmas.

As possibilidades oferecidas pela IA vão além do apoio direto aos alunos. Para os professores, essas ferramentas também podem ser grandes aliadas. Elas auxiliam  a criação de provas e testes, permitindo a elaboração de variações adaptáveis a diferentes níveis de aprendizado. Além disso, a IA pode validar questões já criadas e ajudar na correção de avaliações, liberando o professor para atuar mais ativamente na gestão da aprendizagem. “Dessa forma, a personalização do ensino ganha ainda mais flexibilidade e agilidade, assim como auxiliar  a gestão da aprendizagem dos seus estudantes”.

Capacitação de docentes

Contudo, para que essa revolução seja benéfica, é essencial capacitar e motivar o corpo docente. No IMT, a formação dos professores em IA já se iniciou. A Academia de Professores promoveu uma etapa inicial de levantamento de familiaridade com as ferramentas de IA. Posteriormente, atuaram com uma etapa de disseminação de ferramentas que podem ajudá-lo na preparação de suas aulas.

“O propósito é continuar nesse processo de aproximar e tornar familiares as ferramentas de IA para, na sequência, institucionalizar estratégias de ensino que as incorporem no processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, o professor continua o protagonista e mediador do processo de ensino-aprendizagem, mas com novas atribuições e competências. O objetivo final é o de que toda capacitação se traduza em promover a formação de profissionais ainda mais competentes, dentro de sua área de atuação”, finaliza Octavio.

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