Mauá é pioneira no desenvolvimento de Tecnologia Aeroespacial
Instituto colabora com o projeto da Nasa cujo objetivo é estudar a superfície e o interior do planeta Vênus
o IMT é a única instituição brasileira que colabora e compartilha tecnologia com o projeto da sonda Veritas.
O Brasil tem participado de importantes projetos na área de Engenharia Aeroespacial. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), por exemplo, além da contribuição direta no desenvolvimento do satélite Plato – que tem como objetivo tentar achar um planeta rochoso com o tamanho próximo ao da Terra –, agora o IMT é a única instituição brasileira que colabora com o projeto da sonda Veritas, ao compartilhar tecnologia em busca de estudar e analisar a superfície e a atmosfera de Vênus, o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol.
A equipe composta pelos professores e engenheiros Fabio Rofino, Marco Furlan, Sérgio Ribeiro, Daniel Guetter, Rodrigo França e Vanderlei Cunha Parro comemora a participação do Instituto Mauá de Tecnologia no Projeto Veritas. Além do mais, os especialistas lembram que o ex-aluno da Mauá, Yuri Bunk, que hoje trabalha no Centro Aeroespacial Alemão (DLR), foi o intermediário para o know-how da Mauá chegar à Alemanha e, por sua vez, repassar para a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa), agência do governo federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.
O Engenheiro Vanderlei Cunha Parro lidera a equipe que trabalha no projeto da Sonda Veritas.“Fomos convidados para desenvolver uma plataforma para os alemães testarem o software que fará parte da sonda Veritas. Outras sondas já foram enviadas a Vênus em outras missões, mas essa é a primeira que tem como objetivo estudar a atmosfera, a geologia e os processos químicos das rochas”, acrescenta o professor Cunha Parro.
Vênus: a estrela-d'alva
Vênus é chamado com frequência de planeta-irmão da Terra, já que ambos são similares quanto ao tamanho, massa e composição. Possui uma atmosfera extremamente densa, composta por dióxido de carbono e contém uma camada de nuvens com gotículas de ácido sulfúrico, o que impede à superfície do planeta ser visível do espaço na luz.
Essa atmosfera gera um forte efeito estufa, o que leva a temperatura na superfície atingir cerca de 482 °C. A pressão atmosférica na superfície é cerca de 92 vezes maior do que na Terra, gerando um ambiente verdadeiramente inóspito. No entanto acredita-se que, no passado, Vênus tivesse oceanos como os da Terra, que se evaporaram, quando a temperatura se elevou. A missão da sonda Veritas, portanto, tem objetivos bem definidos: vai reunir dados a fim de entender como Vênus ficou tão hostil, em comparação com o planeta Terra.
“A sonda levantará dados para podermos saber os processos que mudaram a superfície e a composição química das rochas do planeta Vênus, avaliar as mudanças na geologia e até mesmo identificar vulcões ativos e se existe vapor de água na atmosfera. Tudo isso será possível por meio de dois instrumentos acoplados à sonda: um deles gerará imagens, na região espectral do infravermelho, em intervalos de comprimento de onda específicos, nos quais a atmosfera não é opaca, permitindo a visualização da superfície a partir do espaço. O outro instrumento será um radar, que fornecerá um mapeamento detalhado da topografia da superfície de Vênus. Certamente, essa missão trará importantes benefícios para a engenharia espacial brasileira no cenário mundial”, conclui Cunha Parro.
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