Projeto CITAR: Instituto Mauá de Tecnologia colabora na produção de componentes eletrônicos tolerantes à radiação
Primeira década do projeto trouxe resultados importantes para a comunicação de alta velocidade entre subsistemas de satélites em ambientes sujeitos à radiação
Quando o assunto são telecomunicações e pesquisa espacial, já é possível colocar o Brasil no seleto grupo de países que dominam a tecnologia de ponta nessas áreas. Em razão do sucesso do projeto Circuitos Integrados Tolerantes à Radiação Ionizante (CITAR), com o apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o País consolidou o seu know-how para o desenvolvimento de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs) tolerantes à radiação ionizante, imprescindível para uso nos satélites científicos brasileiros.
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), por intermédio do Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE), faz parte do projeto, com a participação de outras instituições acadêmicas, o que ajudou a formar um grande consórcio. Tudo começou há dez anos, no contexto do "Programa CI-Brasil" do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), quando o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) idealizaram o Projeto CITAR, com o apoio da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Estudos Avançados (IEAv).
Em dez anos, o projeto trouxe resultados importantes para a tecnologia, com componentes eletrônicos tolerantes à radiação .
Resultados
O doutor professor Vanderlei Cunha Parro, coordenador do NSEE, salienta que a primeira década do Projeto CITAR comprovou que o Brasil alcançou um patamar de qualidade sem precedentes, ao fornecer sistemas eletrônicos para o programa nacional de atividades espaciais e dos laboratórios nacionais, para ensaios de qualificação de componentes eletrônicos, quanto à sua tolerância à radiação cósmica, indispensável para garantir a segurança operacional e durabilidade em missões espaciais.
Os resultados dessa primeira etapa foram apresentados num workshop, realizado em abril, no campus do Instituto Mauá de Tecnologia - IMT, com a presença dos parceiros. A possibilidade de criar uma rede de pesquisadores e instituições foi bastante sedutora na proposta do projeto CITAR, o que ajudou a trocar equipamentos, recursos humanos e economizar investimentos financeiros.
“Vale destacar que transferimos tecnologia para empresas muito rigorosas com relação à exigência de qualidade e que possuem projetos de até 1,5 bilhão de euros, como a Airbus (pioneira global na indústria aeroespacial), por exemplo. Isso significa, portanto, que conquistamos um grau de confiança elevado perante o mundo, desde o desenvolvimento do design até a concepção do projeto e equipamentos”, reforça o professor Cunha Parro.
O Brasil alcançou um patamar sem precedentes, portanto, ao fornecer sistemas eletrônicos para o programa nacional de atividades espaciais e dos laboratórios nacionais, para ensaios de qualificação de componentes eletrônicos, quanto à sua tolerância à radiação cósmica, indispensável para garantir a segurança operacional e durabilidade em missões espaciais. “Os resultados dessa primeira década do Projeto CITAR também serão apresentados ao MCTI, com a possibilidade da presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos”, reforça o especialista.
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