Primeiro semestre de 2023 traz desafios econômicos
Com taxa de juros elevada e a necessidade de aprovação de reformas, início do ano apresenta obstáculos na economia
Este ano já começou com grandes desafios para o novo governo. Com instabilidade econômica e adversidades, o reflexo dos juros altos afeta o bolso dos brasileiros e os negócios. O prof. Ricardo Balistiero, doutor em Administração e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), explica que isso também advém de políticas anteriores. “Qual fosse o governo, nós teríamos problemas a enfrentar. Alguns dos motivos é que ainda não se tem um regime fiscal definido no Brasil, a taxa Selic segue alta, e o novo governo ainda está construindo sua base política”, aponta Balistiero.
"As perspectivas para os próximos quatro anos são boas, mesmo que tenhamos um 2023 desafiador do ponto de vista econômico", pontua Ricardo Balistiero, doutor em Administração e Coordenador do curso de Administração do IMT
Como sinaliza o professor, embora o governo esteja trabalhando para encaminhar a reforma tributária, ainda não há um posicionamento claro do que será feito, o que traz mais incertezas sobre a política econômica para os próximos anos. Além disso, a taxa de juros elevada tem surtido seus efeitos. “O crédito ficou mais caro, o que torna complicado, por exemplo, para as famílias tomarem empréstimos, para as empresas investirem e para o governo se financiar", pontua.
O terceiro fator que afeta o primeiro semestre é que o governo ainda está trabalhando com sua base política, o que também leva ao atraso da aprovação de reformas. “Isso faz com que esse primeiro período se torne ainda mais complicado. Podemos projetar um crescimento baixo para 2023”, afirma Balistiero.
Contudo, o especialista também relembra alguns aspectos positivos, como a volta das boas relações diplomáticas e o diálogo com grandes potências mundiais, assim como o compromisso com a preservação do meio ambiente. “O Brasil tem conseguido alguns avanços, e agora tem a possibilidade de reconquistar seu lugar de uma das dez economias mais importantes do mundo.” Esses avanços também possibilitam a atração de novos investimentos e fundos para auxiliar o País, incluindo a proteção do meio ambiente.
Mesmo com um início de ano atribulado, a expectativa para os próximos períodos no Brasil, segundo o economista, é positiva. “As perspectivas para os próximos quatro anos são boas, mesmo que tenhamos um 2023 desafiador do ponto de vista econômico”, finaliza Balistiero.
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