Eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva terá que enfrentar desafios na área econômica
Bomba fiscal, inflação e instabilidade sócio político-econômica são alguns dos problemas que o novo presidente precisa gerenciar
Período pós-eleições pode trazer grandes impactos para a economia e para as relações internacionais.No último dia 30, com 50,90% dos votos válidos, os brasileiros elegeram Luiz Inácio Lula da Silva como o novo Presidente da República para comandar o Brasil a partir de janeiro de 2023. Mesmo com o fim da disputa eleitoral, Lula terá grandes desafios pela frente, já durante o período de transição, principalmente na área econômica para conquistar a confiança do Congresso, do mercado financeiro e internacional.
Segundo o professor Francisco Olivieri, mestre em Administração Estratégica e superintendente-geral do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), o novo Chefe do Executivo não terá uma gestão fácil, pelo menos no começo, muito embora os presidentes do Senado e da Câmara Federal já tenham declarado apoio ao novo presidente. A bomba fiscal de efeito retardado, por exemplo, ocasionada pelo atual governo, poderá trazer um aumento da inflação e instabilidade socio político-econômica.
“A conta é mais ou menos de R$ 280 bilhões de déficit, sendo R$ 123 bilhões por conta de renúncias fiscais e o resto por aumento de despesas. O orçamento previsto para o próximo ano também não prevê a manutenção do valor do Auxílio Brasil em R$ 600 e isso terá que ser negociado com o Congresso Nacional. Além disso, a reserva destinada para o reajuste dos servidores públicos do Executivo só permite a concessão de uma correção de 4,8%, valor menor do que a inflação prevista. Portanto, essas são algumas das primeiras questões que o novo governo terá que resolver junto ao Congresso”, lembra o professor Olivieri.
Mesmo antes de assumir, acredita-se que o novo presidente deverá priorizar a retomada das conversações internacionais e o restabelecimento das relações comerciais, políticas, diplomáticas e ambientais. O presidente Lula também terá que retomar assuntos importantes para o país, como a Reforma Tributária que já é um assunto antigo e visto como necessário por especialistas.
“Uma proposta do governo atual já foi enviada ao Congresso e prevê aumentar a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 2,5 mil. No entanto, a proposta do novo presidente prevê isenção fiscal para quem recebe até R$ 5 mil. Para ajustar o Brasil e estabilizar a economia, Lula sofrerá, certamente, grande oposição de parte das casas legislativas e terá dificuldades em governar, mesmo que mantido o orçamento secreto. Teremos que esperar as próximas semanas para entender as novas perspectivas para o país”, finaliza o especialista.
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