INFOMAUÁ Mauá
edição 135 - Agosto de 2022

Alta dos juros: quais os melhores investimentos?

Os títulos de renda fixa atrelados à Selic são os mais indicados neste momento

Atualmente, a taxa Selic é de 13,25%, definida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em junho. Para quem investe, conhecer o valor da taxa Selic é essencial, já que é uma referência para todos os juros no Brasil, o que inclui a remuneração de muitos investimentos. A renda fixa, por exemplo, é especialmente impactada, porque o CDI, principal indicador desse tipo de investimento, segue a taxa Selic muito perto.

Olivieri Francisco Olivieri, superintendente-geral do IMT, lembra que a Selic é o principal instrumento do Banco Central para o controle da inflação.

Para chegar a um consenso, o professor Francisco Olivieri, superintendente-geral do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), lembra que a Selic é o principal instrumento do Banco Central no controle da inflação, ou seja, quando a taxa sobe, os juros sobem. “Com a perspectiva de aumento da inflação, tendo em vista a crise econômica mundial, que deve ter um processo de recessão agravado, além dos problemas políticos, econômicos e descontrole fiscal brasileiros (por causa da PEC “Kamicase”, por exemplo), será inevitável que o Copom aumente ainda mais a taxa Selic até o final do ano. No entanto, quando a taxa Selic cai, os juros caem. Assim, os financiamentos e o acesso ao crédito tornam-se mais baratos, o que estimula o consumo. Em contrapartida, quando há mais pessoas e empresas consumindo, os preços sobem, o que eleva a inflação”, explica Olivieri.

Onde aplicar as suas reservas?

Os problemas atuais do Brasil afastam os investidores, o que deprecia o real. Os investidores buscam títulos de governos mais estáveis, como os dos EUA e do Banco Central Europeu, que subiu sua taxa básica, de -0,50% a.a. para 0,00% a.a. Com a depreciação do real, o custo dos produtos importados mais importantes para que a economia se movimente (matérias-primas, máquinas e equipamentos) ficam mais caros, gerando maior inflação.

Por isso, há quem aposte que a depreciação do real faz com que os setores de mineração e o agronegócio sejam favorecidos, mas o Brasil não é só mineração e agronegócio. O risco aumentado faz com que os investidores pensem em sair da renda variável e busquem um porto seguro na renda fixa. No entanto, a escolha deve levar em consideração a liquidez (prazo da aplicação) uma vez que, quanto maior o prazo, maior a remuneração.

“Com a alta da taxa básica de juros, os títulos de renda fixa atrelados à própria Selic ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), um indicador cujo valor é muito próximo ao da Selic, são favorecidos. Esses investimentos incluem o Tesouro Selic, cujo rendimento é indexado à taxa básica de juros, somada a um pequeno percentual adicional, definido no momento do investimento.

Também há Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs)  e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), atrelados ao CDI, quando são do tipo pós-fixado. Vale notar que, em ciclos de alta de juros, é comum que os títulos prefixados sejam preteridos, por não permitirem que os rendimentos acompanhem a evolução da taxa”, conclui o superintendente da Mauá.

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