Inovação e modernidade: conheça alguns dos trabalhos em desenvolvimento no Centro de Pesquisas
O Engenheiro Cláudio Luiz Foltran Rodrigues reafirma a importância do Centro de Pesquisas para a sociedade, alunos e parceiros.
O Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia possui um vasto histórico de importantes trabalhos para o desenvolvimento de tecnologias para a sociedade, que ressaltam a força do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e proporcionam maior exposição nacional e internacional. Uma história construída não apenas com a participação de doutores, engenheiros, técnicos e estagiários nas criações e elaborações de ideias inovadoras, mas também pela capacitação e evolução constante dos grupos de pesquisas do Instituto.
O Engenheiro Cláudio Luiz Foltran Rodrigues, da Divisão de Inovação e Qualidade do Centro de Pesquisas, reafirma a importância dessa área nos mais diversos âmbitos: "Nós somos responsáveis pela gestão do relacionamento institucional com a sociedade, atuando diretamente com empresas, entidades de classe ou órgãos governamentais, estimulando ações acadêmicas com nossos parceiros e contribuindo para a formação de nossos alunos. Também fomentamos ações empresariais para as diversas áreas do Centro de Pesquisas", conta. Além desta gestão, a divisão atua fortemente com o Centro Universitário apoiando os pesquisadores do Instituto na submissão de projetos de P&D.
Entre novas fontes de energia, inovações na saúde e avanços para os estudos científicos, alguns trabalhos têm-se destacado pela sua importância nos diferentes setores da sociedade. Conheça alguns desses estudos realizados pelo IMT em parceria com outras empresas e instituições de prestígio:
O projeto de P&D coordenado pelo IMT, com as empresas DAIMON e AVL, foi contratado pelo Grupo Equatorial Energia.
1) Obtenção de energia e Grupo Equatorial
O projeto de P&D coordenado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com as empresas DAIMON e AVL, foi contratado pelo Grupo Equatorial Energia e busca desenvolver um sistema que permita o acoplamento de veículos elétricos às tomadas comuns de baixa tensão, porém com o diferencial de fornecer energia para a casa, em vez de apenas se recarregar.
Com professores, doutores em Engenharia Elétrica e profissionais que trabalham com a Engenharia Automobilística e gerenciamento de energia, o projeto trata de um veículo elétrico cuja fonte principal de energia é a Célula de Combustível de Óxido Sólido, que é abastecida com etanol e fornece eletricidade diretamente. Dessa forma, não há um motor a combustão interna tradicional que transforma o etanol em energia mecânica para depois se obter a energia elétrica.
"A diferença é que, hoje em dia, o veículo carrega sua bateria com a energia da casa e, depois, simplesmente gasta essa energia locomovendo-se. Nesse sistema inovador, o veículo além de poder usar uma energia elétrica que vem diretamente de uma reação química para se locomover, agora passa também a fornecer energia para a rede elétrica quando está estacionado", explica o coordenador do projeto, o professor Fernando Martins.
O trabalho permite que, ao parar o carro elétrico num estacionamento ou na própria residência, seja possível utilizar a energia do etanol que está na Célula de Combustível de Óxido Sólido para gerar energia para a rede elétrica e recarregar suas baterias. "O interessante é que você acaba pagando menos pela energia, porque você pode optar por usar fontes mais baratas, quando estiver em bandeira dois, por exemplo", explica o professor.
O projeto do Tokamak busca desenvolver uma tecnologia inovadora para inserir o Brasil no cenário internacional de pesquisa na área de controle do plasma.
2) Fontes de energia e Tokamak
A parceria dos profissionais do Instituto Mauá de Tecnologia com o Instituto de Física da USP (IFUSP) tem resultado num projeto que se integrará à rede internacional de pesquisas para viabilizar a chamada "termofusão" como fonte limpa de energia dentro de vinte anos. O projeto denomina-se TCA-BR e o "Tokamak" é um tipo de reator de plasma, no qual se confina, numa câmara de vácuo, um gás composto de isótopos de hidrogênio sob a forma de plasma, que é produzido ao aquecer um gás neutro a temperatura muito elevada, permitindo a obtenção de ions e eletrons.
O objetivo é desenvolver uma tecnologia nacional inovadora que possa inserir o Brasil no cenário internacional de pesquisa na área de conhecimento de controle do plasma, o que também é essencial para viabilizá-lo como fonte de energia.
Esse trabalho também conta com o apoio de físicos, pesquisadores e engenheiros do IFUSP, da Escola Politécnica, da FATEC São Paulo, do ITA e das Universidades Federais do Espírito Santo e de Pelotas e da Universidade Federal Tecnológica do Paraná. No IMT, além dos professores Alessandro de Oliveira Santos e Ari Nelson, estão envolvidas as equipes da Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica do Centro Universitário e a Divisão de Eletrônica e Telecomunicações do Centro de Pesquisas.
3) Inteligência artificial aplicada à gestão de casos de câncer
Nesse projeto, atuam engenheiros, especialistas em câncer, profissionais da Faculdade de Saúde Pública, do hospital AC Camargo e da Fundação Oncocentro (FOSP), que atua com o governo do Estado de São Paulo na gestão das estatísticas de casos de câncer. Por meio do estudo de uma base de dados dos últimos 20 anos do FOSP, foi possível que se criasse uma série de modelos preditivos com o uso da inteligência artificial, levando em conta os casos de câncer, tipos, estágios, intervenções, bem como aspectos socioeconômicos do grupo sob análise.
Com esse trabalho, é possível auxiliar a obtenção de informações que permitam a avaliação de cenários para a tomada de decisão e o melhor uso dos recursos utilizados nos tratamentos e diagnósticos, ajudando também a apontar o melhor encaminhamento para os devidos cuidados, visando reduzir a mortalidade.
O Prof. Dr. Vanderlei Cunha Parro, que tem trabalhado com o projeto, ressaltou a importância da iniciativa também neste duro período que o mundo enfrenta: "Um estudo que estamos encaminhando é a análise de como a pandemia pode influenciar o tratamento dos casos de câncer. Neste momento, muitos deixaram de realizar exames, ir aos hospitais e buscar tratamento, devido à pandemia de COVID-19. Uma pergunta relevante é quais são os cenários que se apresentarão ao Estado de São Paulo, quando os casos de COVID-19 se mostrarem controlados e houver uma certa normalidade na busca de diagnóstico e tratamento", explica.
Os emuladores desenvolvidos no IMT são utilizados por grupos de Engenharia na Áustria, Alemanha, Espanha, França e Itália.
4) PLATO - emuladores e simuladores para desenvolvimento aeroespacial
Com uma equipe numerosa, envolvendo Institutos nacionais e estrangeiros e empresas do Estado de São Paulo, o Instituto Mauá de Tecnologia fornece emuladores e simuladores para cinco países da Europa. Esses sistemas, compostos por hardware e software complexos, são utilizados pelos europeus para o satélite Plato. O projeto é desenvolvido no Instituto Mauá de Tecnologia e utilizado por grupos de Engenharia na Áustria, Alemanha, Espanha, França e Itália.
Esses materiais simulam sistemas eletrônicos sofisticados de forma realista, emulando diversas situações nas quais o satélite pode estar exposto para indicar as melhores opções para o desenvolvimento e a construção.
Dessa forma, os projetos reafirmam a expertise do IMT nos trabalhos realizados. "Como você está submetendo-o a cinco países e duas grandes empresas europeias (AirBus e OHB), você passa por uma avaliação extremamente rigorosa e que certifica as soluções implementadas em hardware e software", ressalta o Professor Vanderlei, que também atua no projeto.
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