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Pandemia dá início a nova era comercial

Professor Aparecido Borghi explica como relações entre empresas e consumidores devem mudar de forma definitiva a partir de hoje

E-commerce cresce em importância e deve continuar mantendo índices elevados no comércio pós-pandemia

A chegada da pandemia provocada pelo novo Coronavírus mudou não apenas a educação, levando estudantes e professoresa migrarem para o ambiente virtual mediados por tecnologia. O impacto desse acontecimento será sentido em todos os aspectos da vida daqui por diante e o comércio foi um dos primeiros setores afetados pela nova realidade ditada pela disseminação da doença.

Professor Aparecido Borghi acredita que mudanças provocadas pela pandemia vão criar nova era comercial

Proibidos por medidas severas de isolamento de continuar frequentando seus espaços preferidos de consumo, as pessoas imediatamente se voltaram para o e-commerce para satisfazer seus desejos e necessidades, provocando um crescimento exponencial das vendas online.

Para Aparecido Borghi, mestre em administração e professor da Pós-Graduação em Engenharia de Embalagens no Instituto Mauá de Tecnologia, o movimento deu início a uma nova era comercial pós-pandemia.

"A urgência de adaptação ensinou grandes corporações a trabalharem como start-ups na condução de seus projetos de construção de um canal digital. Há relatosde que empresas de cosméticos, por exemplo, transformaram sua equipe de demonstração de ponto de vendas em consultores digitais aptos a responderem a perguntas dos clientes em chat e outros meios de contato", diz Borghi.

Para o professor, mesmo após o relaxamento do isolamento e retorno às atividades cotidianas fora de casa, o comércio eletrônico ainda manterá índices elevados e as empresas continuarão focando investimentos nesse canal. Mas empresários devem estar preparados para uma retomada lenta, com um consumidor mais endividado. "Acredito que a população terá gastos mais cautelosos e mais conscientes, gerando oportunidades de crescimento para os Atacarejos e para as marcas próprias bem posicionadas."

Outro movimento importante previsto por Borghi é o fortalecimento do consumidor que deseja não apenas o melhor produto ou menor preço, mas também busca identificação com os valores que a empresa defende e pratica. "As pessoas darão maior importância a marcas que se mostraram solidárias com seus funcionários e cidadãos durante a pandemia e também o inverso: irão preterir aquelas que se aproveitaram da situação para autopromoção e lucro."