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edição 109 - Dezembro de 2019

Mauá contribui com o desenvolvimento do importante Satélite Plato

Professor Vanderlei Parro, do Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE) da Instituição, explica o andamento desse importante projeto

Plato A Mauá participa ativamente para viabilizar o projeto.O Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE) da Mauá recebeu em 2008 um importante convite da equipe do Observatório de Paris para o envolvimento da Instituição com atividades visando participar da Missão Plato. Por isso, desde 2010, a equipe trabalha intensamente nesse projeto, ficando responsável pela construção dos simuladores de câmaras que serão utilizados pelos europeus. 

Além da Mauá, mais 11 instituições brasileiras ajudam a construção e montagem do satélite que tem como objetivo principal tentar encontrar um planeta rochoso com tamanho mais próximo do nosso, orbitando uma estrela como o Sol, a uma distância com as condições básicas para abrigar vida.  Plato deve operar por cerca de 6 anos e meio. A cada dois, vai mirar para uma mesma região no espaço, podendo enxergar 270 mil estrelas ao mesmo tempo. Ao fim da expedição, pode chegar a observar até 1 milhão de estrelas. 

A Mauá participa ativamente para viabilizar o projeto. O NSEE ficou responsável pelo desenvolvimento e implementação de um simulador de parte de um telescópio que possibilita ao software de voo (que será embarcado no satélite) ser testado. Criaram um sistema capaz de simular e gerar um conjunto de imagens representativas do que vai acontecer quando o satélite estiver em órbita.

Desde então, a Mauá só evoluiu com as ações para o projeto. “Tivemos diversas reuniões no exterior e um dos resultados positivos foi que o aluno Yuri, membro do NSEE, orientando do professor Tiago Sanches, foi contratado pelo centro aeroespacial alemão para trabalhar num projeto com a França e o Japão. Chama-se MMX. Yuri vai trabalhar no sistema de controle da Câmera Raman, que vai analisar o solo da lua Phobos de Marte”, explica o professor Vanderlei Cunha Parro que complementa: “estamos criando no Instituto Mauá de Tecnologia o conceito de residência em Engenharia. Esse projeto permite uma qualificação de alto nível  e a possibilidade de que os alunos iniciem suas vidas profissionais em ações que apresentam grandes desafios”.

Entenda mais

Vanderlei Prof. Vanderlei Parro é um dos professores do NSEE da Mauá que participam do projeto.Relembrando a trajetória desse importante acontecimento, o grupo composto pelos professores Sérgio Ribeiro e Vanderlei Cunha Parro, e por alguns alunos da Mauá, foi à França em 2011, entregar e validar os primeiros resultados obtidos com o centro aeroespacial francês CNES e a equipe responsável pelo desenvolvimento de software de voo do Observatório de Paris.

Desde então, a Mauá só evoluiu com as ações para o projeto. Ao longo dos anos, ocorreu a conclusão da primeira versão do simulador, constituído de um sistema eletrônico de alto desempenho capaz de simular as câmeras do satélite Plato. Sua principal função é transmitir dados simulados a partir de condições reais do céu, em alta velocidade e tempo real, como se fossem câmeras reais.

“Esse simulador será utilizado pela Alemanha, Áustria, Espanha, França e Itália, para o desenvolvimento de outros subsistemas do satélite (computador de bordo, roteador, compressor de dados, controle de atitude)”, explica o professor, ao reforçar que o convite para o desenvolvimento desse sistema veio exatamente por não existir nada similar no mercado.

Fique por dentro do Plato

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) vai enviar ao espaço um telescópio capaz de descobrir planetas rochosos e sistemas planetários além do Sistema Solar. A missão, denominada Plato, será lançada em 2026 pelo foguete Soyuz.

O projeto tem a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Mauá de Tecnologia e Universidade Presbiteriana Mackenzie. O custo é estimado em mais de 600 milhões de Euros para a ESA, mas, somando-se as contribuições dos países-membros, pode chegar a quase 1 bilhão de Euros.

Mais de 1.000 planetas já foram descobertos fora do Sistema Solar, mas nenhum até agora se mostrou realmente parecido com a Terra em termos de tamanho e distância em relação a uma estrela semelhante ao Sol. 

A sonda vai buscar especificamente planetas rochosos, como a Terra, em zonas consideradas habitáveis, que correspondem à região ao redor de uma estrela na qual a água consegue manter-se em estado líquido. 

“Um dos pontos mais importantes de nossa participação nesse projeto é o grande ganho de conhecimento e relacionamento. Depois de a sonda estar no espaço, poderemos utilizar os dados colhidos por ela para pesquisas na área. Essas são informações privilegiadas, visto que os dados ficam em sigilo durante dois anos e, nesse período, apenas os participantes têm acesso a eles”, finaliza o Prof.  Vanderlei.

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