edição 90 - Abril de 2018
Moedas virtuais: elas são um bom investimento?
Prof. Ricardo Balistiero comenta os riscos da modalidade
O mercado de moedas virtuais ainda não traz garantias para o investidor.
Quem já não ouviu falar das criptomoedas? A mais conhecidas (e valiosas) delas é o Bitcoin, que chega a movimentar mais de 15 bilhões de dólares num único dia. Mas existem centenas de outras moedas digitais em circulação no mercado, disputando entre si a preferência dos investidores digitais.
Há rumores de que no segundo semestre deste ano começará a operar em São Paulo a Bomesp - Bolsa de Moedas Virtuais Empresariais - mas sem nenhum reconhecimento do Banco Central.
O ponto é: vale a pena arriscar e investir nessa modalidade?
Segundo o professor Ricardo Balistiero, ainda existem muitas questões regulatórias pendentes, como a falta de reconhecimento da livre circulação de criptomoedas e o fato de os principais bancos centrais não a reconhecerem como alternativa de meio circulante na economia.
Para o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, ainda há muitos riscos de mercado e de fraudes que podem impactar esse mercado.
"As criptomoedas vieram para ficar, ao que tudo indica. Mas nem por isso devemos sair por aí priorizando esse tipo de investimento. Quem compra hoje moeda virtual está sujeito a riscos, sem contar que não existe nenhum aparato regulatório para proteger esse indivíduo. Ele age por sua conta e risco, literalmente", explica o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
Atualmente, os principais riscos que envolvem a aquisição das criptomoedas são:
- quebra da corretora que esteja operando;
- roubos virtuais;
- fraudes – podem acontecer na compra de uma moeda que não seja o que se esperava;
- alta volatilidade do produto. O risco de os preços despencarem é muito alto. A função "reserva de valor" não está preservada;
- número restrito de estabelecimentos que aceitam criptomoedas. Dessa forma, está muito distante de se cumprir a função de "meio de pagamento".
"Encontramos riscos de mercado e de fraudes importantes quando se avalia se vale a pena investir em determinado ativo. Desde o final do ano passado, quem comprou moedas digitais vem amargando prejuízos consideráveis, já que as cotações não param de cair. Com isso, essa não é uma modalidade de investimento que recomendamos neste momento", acrescenta o professor.
Haverá um encontro com as moedas digitais no futuro. Porém, por ora, a recomendação do professor Balistiero é manter o dinheiro aplicado em outras modalidades. "A criptomoeda possui um risco elevado e não tem garantia legal. Não é o momento de considerá-la como investimento", explica.
