edição 89 - Março de 2018
Aproximadamente 38% dos matriculados em Engenharia Civil na Mauá são mulheres
O curso de Engenharia Civil da Mauá conta com aproximadamente 38% de alunas.
Existe uma tendência natural do ser humano associar algumas carreiras ao gênero do indivíduo. E isso acontece com a Engenharia e demais profissões que referentes às disciplinas das áreas de exatas. A boa notícia é que, quando falamos especialmente de Engenharia, essa realidade vem mudando nos últimos anos.
De acordo com dados do Censo da Educação Superior, levantados pelo IDados, o número de mulheres matriculadas em cursos de graduação em Engenharia Civil vem crescendo todos os anos desde 2007. Mas essa tendência ainda não está tão consolidada no mercado de trabalho. Em 2015, as mulheres respondiam por 0,3% das matrículas em cursos de Engenharia Civil, e por 26,9% dos profissionais no mercado.
Prof. Cássia Silveira de Assis, Coordenadora do curso de Engenharia Civil da Mauá.
Segundo os dados do Confea (Conselho Federal de Engenheiros e Agrônomos), entre 1.º de janeiro e 8 de agosto de 2017, 20.813 pessoas fizeram o registro no conselho na modalidade de Engenharia Civil. Desses, 14.971 eram homens e 5.842 eram mulheres. A presença feminina neste ano representou 28,1% do total de novos engenheiros e engenheiras com registro no órgão. Já o curso de Engenharia Civil da Mauá conta com aproximadamente 38% de alunos do sexo feminino.
"São vários os fatores que contribuem para o aumento do número de alunas na Engenharia. Primeiro, o contingente de mulheres na Universidade é superior ao dos homens; assim, no mercado de trabalho as empresas socialmente equilibradas precisam de mulheres e estão divulgando. Segundo: a remuneração é atraente. As questões de gênero são cada vez mais discutidas e todas as habilidades que não dependam de uma competição de força física permitem que as mulheres sejam valorizadas", afirma a professora Cássia Silveira de Assis, Coordenadora do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia.
E não é apenas a Engenharia Civil a mais atraente para as mulheres. Na Engenharia, todas as áreas são promissoras para o sexo feminino. Enquanto no Brasil temos a maior presença dessa classe na Engenharia Civil, nos EUA, a área mais promissora é a de Engenharia de Vendas, por exemplo.
"Tanto os homens quanto as mulheres demonstram tendência para a Engenharia quando gostam de pensar em como resolver problemas, têm curiosidade e determinação. Além disso, é mais comum que os interessados se sobressaiam em disciplinas como Física, Química e Matemática. Observe que não são qualidades de gênero", acrescenta a Coordenadora.
Sobre as oportunidades no mercado de trabalho, a professora explica que o mercado corporativo internacional e nacional está com problemas, pois o número de mulheres é maior que o de homens quando se trata da formação acadêmica. "Em compensação, à frente dos cargos de liderança, os percentuais são muito baixos. Assim, as empresas não podem pleitear classificação como socialmente correta, tendo em vista que seu organograma não representa um corte na sociedade. Dessa forma, muitas empresas estão contratando engenheiras em início de carreira para que futuramente atinjam um patamar representativo da igualdade de gênero".
A própria professora Cássia é um exemplo de engenheira bem-sucedida no mercado de trabalho. "A minha motivação para estudar Engenharia veio fundamentalmente da minha família. Para ter um salário digno e poder me sustentar, achei que a Engenharia daria certo e meu pai me apoiou fortemente. Quando estudei Engenharia Civil, o contingente feminino era extremamente reduzido. Assim, para competir melhor e ganhar, era necessário estudar mais e fui aumentando a qualidade da minha formação. Além disso, ficar no ambiente acadêmico é muito bom para as mulheres. Acho que o projeto a que me propus deu certo e consegui tanto ser mãe - tenho quatro filhos e um neto - quanto ter meu projeto pessoal de carreira com reconhecimento profissional", conclui.