edição 82 - Junho de 2017
Prof. Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração da Mauá, comenta o assunto
O coordenador do curso de Administração da Mauá, professor Ricardo Balistiero, explica que o País enfrenta um momento de incertezas e não há nada pior para a economia do que esse contexto de instabilidade.
A perspectiva para este ano era que, a partir do segundo semestre, a economia do País iniciasse um processo de retomada e, consequentemente, redução do desemprego. A expectativa não era tão elevada, mas otimista - diferentemente de 2016, quando tivemos uma recessão marcada pelo recuo de 3,6 do PIB e total de desempregados na ordem de 12 milhões de pessoas.
Entretanto, diante dos últimos acontecimentos envolvendo o nome do atual Presidente da República, Michel Temer, a tendência é de mudança negativa nesse cenário.
O País enfrenta um momento de incertezas e não há nada pior para a economia do que esse contexto de instabilidade. "Os cenários de médio e longo prazos apontam para a necessidade de retomada da agenda de reformas. Sem as reformas, o País não consegue avançar. Por isso, torna-se fundamental a definição política. E em todos os cenários é necessário o retorno da confiabilidade para a recuperação da governabilidade", explica o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, professor Ricardo Balistiero.
Enquanto isso não acontecer, a incerteza impera e a confiança no País é reduzida. Sem um horizonte previsível de médio e longo prazos, não há investimentos por parte dos empresários e os consumidores evitam gastos desnecessários, principalmente aqueles que necessitam de crédito.
Diante dos últimos acontecimentos a tendência é de mudança negativa nesse cenário.
"Há 15 dias falávamos de um cenário completamente diferente na economia, mas esse clima de incerteza gera instabilidade econômica, o que é ruim para o país e atrasa o retorno do crescimento. Para o segundo semestre, provavelmente haverá a necessidade de refazer as projeções econômicas. Segundo alguns estudos, o número de desempregados pode saltar para 16 milhões de pessoas até o final do ano", acrescenta o professor.
Estamos passando por um momento de descompasso entre a espera por uma decisão e a necessidade de agir. "Precisamos logo de uma alternativa para superar a crise política e definir um rumo novo para o nosso País", finaliza.