edição 81 - Maio de 2017
Prof. Francisco Olivieri traz sua visão sobre o tema
O cenário atual de juros no Brasil indica uma redução significativa SELIC.
Dada a sinalização do COPOM (Comitê de Política Monetária), por meio do Banco Central do Brasil, o cenário atual de juros no Brasil indica uma redução significativa da taxa básica (SELIC) de juros, com viés, inclusive, de reduções mais agressivas. "Como sabemos, a taxa básica é assim denominada por servir de base para a formação das demais taxas de juros praticadas no mercado", explica o Superintendente Geral do Instituto Mauá de Tecnologia, prof. Francisco Olivieri.
Entretanto, ainda não se sente, de forma importante, o reflexo da redução da taxa SELIC nas linhas de crédito ofertadas pelas instituições financeiras. Dessa forma, o crédito ainda é bastante caro no Brasil, o que inibe investimentos.
Por outro lado, os investimentos não são limitados exclusivamente pela taxa de juros vigente. Além disso, existe o componente "incerteza". Os empresários e investidores aguardam a solução de pendências como: equacionamento do déficit fiscal e andamento das operações de combate à corrupção para que voltem a investir no País. A confiança no Brasil voltará a partir do momento em que as reformas forem feitas e os casos judiciais e policiais resolvidos.
A expectativa é que o cenário de redução das taxas de juros deve ser mantido até o final do ano. Em curto prazo, as taxas devem ser reduzidas em função da política monetária adotada (de redução da taxa básica). Para o futuro, devemos aguardar o desfecho de 2017, quando deverão ser tomadas decisões de reformas em diversos segmentos da economia e da legislação.
Para o superintendente geral do Instituto Mauá de Tecnologia, prof. Francisco Olivieri, é provável que deva haver uma estabilização, nos próximos anos.
"Acreditamos que para os próximos anos deva haver uma estabilização, se as reformas que estão no Congresso Nacional forem aprovadas, como: a reforma trabalhista e da previdência. Se isso não acontecer, podemos esperar um novo ciclo de aumento nas taxas de juros com consequente retração na atividade econômica. Poderemos retornar ao caos", acrescenta o professor Olivieri.
É importante comentar, ainda, que o andamento dos processos judiciais, como a Lava Jato, não deve inibir a atração de capitais para investimentos produtivos. A barreira maior está na legislação arcaica brasileira e na forma como os contratos são tratados no Brasil, pelas diversas esferas governamentais.