edição 76 - Outubro de 2016
Prof.ª Claudia Facca, coordenadora do curso de Design da Mauá fala sobre a importância do Design como ferramenta criativa
A Coordenadora, Claudia Facca, mostra a importância do design como trabalho criativo.
Enquanto estamos acompanhando a retração econômica do País, com a elevação da inflação e a redução das oportunidades de trabalho, um setor que vem apresentando ótimo desempenho é a economia criativa.
Vocábulo usado para definir conhecimento, inovação e criatividade como meio de produção de bens tangíveis (ou não), desde que tenha valor econômico, a economia criativa mescla as atividades intelectuais com iniciativas de setores como Cultura, Moda, Design, Publicidade, Games, Tecnologia, Engenharia, Arquitetura, entre outros.
“O Design, como trabalho criativo, é uma ferramenta importantíssima para se criar valor e ser utilizado como força organizadora na grande maioria dos segmentos das indústrias criativas e a cada dia torna-se mais útil e imprescindível na economia criativa”, explica a professora Claudia Facca, coordenadora do curso de Design do Instituto Mauá de Tecnologia.
A grande diferença entre a economia tradicional, com base na manufatura, agricultura e comércio, e a economia criativa é que esta última está focada essencialmente no potencial individual ou coletivo para a produção de bens e serviços criativos.
No Brasil, segundo um estudo realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a economia criativa é o segundo segmento que mais gera empregos. Em 2010, o setor representou R$ 104 bilhões na economia brasileira e em 2011 já contribuiu com 2,7% do PIB nacional. O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda.
Diante disso, além das vantagens econômicas, torna-se fundamental incentivar o setor criativo no País. Por ser uma área totalmente sustentável, ela tem como prioridade melhorar a colaboração, impulsionar novas ideias e modelos de negócios e ainda contribuir para a preservação do patrimônio cultural.
Porém, o primeiro passo para um futuro criativo é o investimento em um sistema educacional que possibilite e estimule as habilidades e talentos criativos dos jovens, bem como a imaginação e a capacidade de concentração. Ao fazer isso, o Brasil passa a ter a oportunidade de voltar a crescer com o apoio de grandes mentes criativas. E isso já está no foco do País, que já implantou, em 2011, a Secretaria da Economia Criativa sob o comando do Ministério da Cultura.
Incentivar o setor criativo no país é fundamental para melhorar a colaboração e impulsionar novas ideias.
“Na área de Design, em razão de mudanças sociais, econômicas e políticas, observa-se uma crescente necessidade de produção de conhecimento. Para atender a essa demanda tem surgido uma série de iniciativas que impulsionam o desenvolvimento científico-tecnológico na área de Design e, com isso, organizam e geram novos conteúdos e disciplinas. Exemplos disso podem ser citados como a criação de incubadoras, laboratórios, grupos de pesquisa vinculados ao ensino superior, congressos e produções, eventos nacionais, editoras e publicações acadêmicas”, acrescenta a coordenadora.
O Design, como importante força criativa nesse cenário, pode ser um agente que gera valor econômico e transformação social, muda o comportamento das pessoas, promove o bem-estar na sociedade e contribui com a criação de novos modelos de negócios por meio de uma rede de inteligência coletiva.
Agora é a hora de investir em iniciativas que tornem o País competitivo nos próximos anos. E a economia criativa é um importante caminho para essa conquista.