edição 76 - Outubro de 2016

Especialista em avaliação sensorial de café, degustadora e barista: conheça a carreira de Eliana Relvas

Há 20 anos, a engenheira de alimentos vem atuando no universo cafeeiro

Ex-aluna da Mauá, Eliana Relvas, atua como consultora, elaborando blends para o ramo cafeeiro, além de ministrar treinamentos para baristas.

O café ou mesmo os demais produtos de gastronomia como azeites, chocolates, vinhos, cervejas e queijos estão em alta. O Brasil oferece oportunidades para quem está disposto a estudar e trabalhar nessas áreas. E os desafios são constantes, já que os custos no País são elevados comparados com a competitividade internacional.

Há duas décadas, a engenheira de alimentos Eliana Relvas já havia identificado essa oportunidade de nicho e decidiu investir na área. “Em 1996, fui convidada para montar o primeiro centro de preparação de café do Brasil com base no modelo colombiano, que já estava funcionando a todo vapor. Aceitei o desafio e percebi que o café poderia trazer-me mais oportunidade e autonomia de trabalho, além de fazer aquilo de que gostava e com um produto extremamente desafiador. A partir daí, não saí mais da área e tive de mergulhar no universo cafeeiro”, conta.

A profissional lembra que sempre gostou de trabalhar com alimentos. “Em 1989, comecei a graduação em Engenharia de Alimentos na Mauá. Se não tivesse feito esse curso teria seguido para gastronomia ou nutrição, pois a área de alimentação sempre me atraiu. Quando saí da faculdade, trabalhei durante três anos na Parmalat, nas área de Atendimento ao cliente e Logística, e isso também foi muito importante para minha formação”, acrescenta a barista, ao contar que a qualidade de ensino foi o que a motivou a escolher a Mauá.

“Comprovei na prática que fiz a escolha certa. Meu primeiro emprego foi uma indicação de um colega da Mauá e, no segundo, meu chefe era formado pela Mauá. Eu também já contratei engenheiros da Mauá, pois sei qual é o tipo de ensino que foi ministrado e, por isso, sei que são profissionais de alta qualidade”, afirma.

Boa parte do conhecimento adquirido durante o curso de Engenharia é aplicado pela especialista em café no seu dia a dia profissional. “Utilizo as técnicas de Engenharia em diversas áreas, como na tecnologia de transferência de calor, tanto na torra do café quanto na moagem; na análise sensorial, que acontece a cada blend e a cada lote que está no mercado; nas embalagens, para identificar os tipos de materiais existentes para manter melhor e preservar os óleos aromáticos e, assim, o café durar mais tempo”, conta.

Outras áreas que também recebem os conhecimentos adquiridos em sala de aula são: a Química de Alimentos, em que a profissional usa para avaliar as extrações nas bebidas de café, como os cafés filtrados, expressos e solúveis; nas matérias-primas agropecuárias, para avaliar os cafés e seu plantio da lavoura, para fazer o cálculo e elaborar os custos de produção e venda dos cafés. Além da legislação, pois precisa-se sempre verificar as mudanças de leis e mercado para atualizar os clientes sobre a legislação e certificações existente de café e também na Mecânica e Transferência de Calor, na qual utiliza os conhecimentos em Engenharia para ministrar o treinamento de torra e moagem.

“Nos últimos 10 anos, o desenvolvimento do mercado cafeeiro foi enorme, principalmente com a entrada das cápsulas, as opções de multi-bebidas e os diferentes tipos de blends, o que o torna ainda mais promissor”, acrescenta.

Atualmente, Eliana trabalha também prestando consultoria para clientes. “Eu elaboro blends exclusivos para certas marcas, assim como ocorre na cerveja ou no vinho. Além disso, aprovo as marcas que desejam vender para uma grande rede de supermercados e provo também cafés para licitação.

Outro diferencial de atuação da engenheira é que ela monta equipe de profissionais para empresas de café e ministra treinamentos para baristas ou profissionais que desejem conhecer mais sobre o produto, além disso, realiza palestras para clientes.

Como não poderia deixar de ser, nas horas vagas Eliana gosta de cozinhar e, também, ler, fotografar e viajar. “Vender cafés especiais no Brasil há 20 anos era um sonho. Hoje vivo essa realidade”, finaliza.

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