edição 75 - Setembro de 2016

O que muda na economia com o presidente Michel Temer deixando de ser interino e assumindo a presidência?

Francisco Olivieri, Superintendente Geral da Mauá, comenta o que podemos esperar diante do cenário próximo

O prof. Francisco Olivieri destaca que não devemos esperar grandes mudanças na economia, já que existem grupos de interesse contra decisões de âmbito fiscal

Talvez o fato de Michel Temer deixar de ser interino e assumir a presidência da república seja a única concretização certa de seu governo - que até agora só ameaçou fazer uma série de reformas, mas não deu a continuidade esperada. Diante disso, surge a dúvida do que a nação brasileira deve esperar da economia com o novo cenário.  

Segundo o professor Francisco Olivieri, superintende geral do Instituto Mauá de Tecnologia, as decisões atuais, que foram tomadas de forma tímida, sob o aspecto fiscal, deverão intensificar-se, dado que o questionamento relativo à legitimidade da pessoa, no cargo, deve-se desfazer. “Porém não devemos esperar grandes mudanças, já que existem grupos de interesse contra decisões de âmbito fiscal”, explica.

A primeira grande reforma que deverá ser feita em seu governo é relativa à previdência social que, hoje, está beirando a falência. “O estado atual é insustentável e, em breve, não haverá como financiar as aposentadorias e pensões atuais e as que ocorrerão. Além disso, outras mudanças de ordem fiscal deverão ser encaminhadas, como  os planos de redução das despesas de custeio e revisão de alguns programas sociais, não no que se refere a sua extinção, mas na forma de controle dos desembolsos. Acredito também que deverão ser retomados programas de privatização e de fomento às parcerias público-privadas”, acrescenta o superintendente.

A retomada da economia é outro ponto esperado pelo mercado para que as empresas possam voltar a crescer e o índice da taxa de desemprego, consequentemente, pare de subir. Diante disso, o professor explica que a inflação deve diminuir e a economia pode dar início de tímida retomada, a partir do momento em que o mercado e os investidores passarem a sentir maior confiança no governo, tendo em vista o rigor que se deseja, principalmente, na forma de condução das políticas econômicas.

Um dos pontos destacados pelo Superintende Geral da Mauá, prof. Francisco Olivieri, para a evolução da economia é a retomada das empresas: que elas consigam voltar a crescer

Já em relação à variação cambial, o prof. Olivieri acrescenta que não se pode perder de vista que a estabilidade da política e da economia brasileira não são suficientes para a estabilidade do dólar, por exemplo. “Existem fatores externos que influenciam as flutuações da moeda e esse é sempre um ponto de atenção’, afirma.

“De forma geral, esperamos que o governo Temer seja austero e sério. A renegociação das dívidas dos estados foi afrouxada e o mercado não recebeu a atitude com bons olhos. Os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal deverão ser um norte na condução do País. É preciso ter cautela ao tratar esse assunto, principalmente no que tange à ousadia esperada e necessária para a economia do País. Porém sabemos que, infelizmente, não teremos a dimensão que se deseja”, finaliza.

Acompanhe a Mauá nas Redes Sociais
Instituto Mauá de Tecnologia - Todos os direitos reservados 2025 ©