edição 75 - Setembro de 2016

De executiva a empresária: veja o que motivou Graziela Pastro Luchini a montar sua fábrica de alimentos sem glúten

Ex-aluna do curso de Engenharia de Alimentos da Mauá conta como sua trajetória profissional e experiência de vida foram essenciais para a criação da Grani Amici

Graziela Pastro Luchini, ex-aluna do curso de Engenharia de Alimentos, abriu mão de uma sólida carreira em ascensão numa multinacional para se dedicar à construção do seu próprio negócio

Da carreira executiva para a árdua rotina de empresária no Brasil, a  engenheira de alimentos, Graziela Pastro Luchini, retrata um exemplo de determinação e coragem ao abrir mão de uma sólida carreira em ascensão em multinacionais para se dedicar à construção do seu próprio negócio.

“Essa revolução na minha vida profissional teve início com o nascimento da minha primeira filha. E foi ao traçar meu plano de negócios, durante a minha licença-maternidade, que fui influenciada por dois grandes mestres do empreendedorismo:  Steves Jobs (com seu discurso para formandos) e Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza. Numa palestra de Luiza, ela nos convidava a refletir sobre qual o legado profissional e de vida que pretendíamos deixar. Pensei muito no que eu deixaria de legado para a sociedade e para minha família sendo apenas mais uma executiva e concluí  que meu destino não era ali.

Foi então que, em 2010, Graziela fundava a Grani Amici, em Jundiaí, empregando apenas dois funcionários, numa estrutura instalada num prédio de 300 m² de área, com um mercado a desbravar e desenvolver. "Em minha primeira visita à FISA (Food Ingredients South America) como empresária, praticamente todos os que me atenderam não sabiam nada sobre produtos gluten free e estranhavam uma empresa dedicada a esse segmento. Mas  isso nunca me fez pensar em desistir. A Engenharia é uma área incrível e nos prepara para o mercado de maneira excepcional. É claro que dedicação e força de vontade fazem toda a diferença. Já apliquei muito conhecimento adquirido no curso de Engenharia de Alimentos no meu negócio e nos empregos anteriores, mesmo que não fosse de forma direta, mas o pensamento estratégico atribuo totalmente à formação que recebi na Mauá”, explica.

A empresária conta que a escolha da Engenharia de Alimentos aconteceu muito por acaso. “Após ter trocado a opção de Medicina por Engenharia não sabia qual área escolher. Então, ouvi uma propaganda da Mauá no rádio que me chamou a atenção para a Engenharia de Alimentos. A partir daí procurei informações sobre o curso e me encantei com todas as possibilidades de atuação na indústria de alimentos”, afirma.

“Já na terceira série da faculdade consegui um estágio na Etti, em Cajamar. Na época, vestia uniforme azul e corria a linha da fábrica de latas acompanhando o inspetor do CQ (Controle de Qualidade). Na quarta série, pela vivência anterior na fábrica da Etti, fui selecionada para o estágio no CQ da Quaker / Toddy, em Guarulhos. Não sei quantas foram as embalagens de Toddynho abertas e analisadas. Meu último estágio, então na quinta série, foi na Parmalat, onde iniciei como estagiária de CQ, passei pela Qualidade Assegurada, Desenvolvimento de Embalagem e Fornecedores e Compras. Foram seis anos de muito aprendizado e dedicação. Da Parmalat passei pela Firmenich, onde conheci o mundo dos aromas e fragrâncias e, em seguida, fui para a National Starch, atuar do outro lado do balcão. Foram mais seis anos intensos de compras, importação, exportação, logística, atendimento ao cliente, vendas, muitas viagens, conference call, budgets, capex, experiências e contatos até fundar a Grani Amici”, conta.

Ela relembra que o nascimento da filha e a rotina extenuante de uma multinacional abriram seus olhos para o empreendedorismo e durante a licença maternidade traçou o plano de negócios para montar uma fábrica de produtos sem glúten. 

“Lembro que, ao anunciar minha decisão na empresa, fui tachada de ‘louca’  por querer abrir mão de uma carreira bem-sucedida. Mas não voltei atrás e,   mesmo nos momentos de dificuldades, que não foram poucos, não pensei em desistir nem me arrependi”, acrescenta.

E a estratégia deu certo. Em 2015, a empresa mudou para um espaço industrial de 2000 m², empregando 22 funcionários. “Atendemos no território nacional as principais redes de varejo como o Pão de Açúcar, St. Marché, Mambo, Casa Santa Luzia, Big Lar, Mundo Verde, entre outros. Neste ano, também iniciamos a atividade exportadora com venda para os Estados Unidos”, comemora. 

Como a vida não é feita só de trabalho, Graziela conta que adora curtir os dois filhos, viajar, conhecer novas culturas e lugares e não perde um convite para festa. “Além disso, pratico atividades físicas como Pilates e Tecido Acrobático”, conta. 

A executiva pondera que o mercado está cada vez mais competitivo com profissionais superespecializados. “Acredito que o melhor caminho para o sucesso é que seja paulatino e embasado. O jovem sai da faculdade almejando altos cargos, - o que é muito válido – mas,  para atingir o topo, cada degrau deve ser vencido,  um a um”. Fica a dica de quem vem sendo um importante destaque na sua área de atuação.

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