edição 57 - Novembro de 2014

Para o prof. Ricardo Balistiero, economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, a economia do País perdeu forá, principalmente nos últimos dois anos, por conta do esgotamento do modelo com base no mercado interno, seja pela falta de consumo e endividamento das famílias, seja pela alta da inflação. A estimativa dos especialistas para a inflação deste ano, medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou para 6,45, quase atingindo 6,5%, que é o teto da meta.
"Estamos vivendo hoje o que os economistas chamam de 'estagflação', que significa a estagnação da economia com a alta inflação. Somado a esses fatores temos ainda que levar em consideração a falta de credibilidade do Brasil no cenário económico mundial, fato estimulado após os escándalos envolvendo a Petrobrás", explica Ricardo.
Segundo dados levantados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano é de apenas 0,3%. Para se tecer uma comparação, a China lidera a lista com um crescimento de 7,4%.
A pesquisa do FMI ainda destacou problemas na área de infraestrutura, fraca competitividade, moderação no consumo, falta de confiança dos empresários e juros elevados. O crescimento do Brasil é também bem menor do que o da média dos países latino-americanos e longe da média mundial de 3,3%.
Especificamente sobre a movimentação de dinheiro estrangeiro no País, a projeção para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) de 2014 (caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia) ficou em US$ 60 bilhões. E a expectativa para 2015 ficou em US$ 59,20 bilhões.
Para que esse quadro seja alterado, o professor indica que 2015 será um ano de ajustes macroeconômicos, mas não há perspectivas de grandes mudanças em médio prazo.