edição 5 | Agosto de 2009    

É possível aprender a ser criativo, sim!

Especialista diz que exercitar o cérebro é fator fundamental


Professor José Predebon "criatividade é algo que podemos aprender"

É difícil encontrar alguém que não tenha ouvido a seguinte frase: brasileiro é o povo mais criativo do mundo. Em épocas de crise, então, histórias que parecem querer confirmar essa tese são exploradas exaustivamente pela mídia, deixando quem lê uma reportagem ou assiste aos programas de televisão com uma sensação de 'por que eu não pensei nisso antes'? Talvez você não esteja exercitando seu lado criativo, inovador, o lado direito do cérebro, convenientemente. A boa notícia é que ainda dá tempo para começar ou recomeçar, mas vale o alerta: dá trabalho.

Potencial valorizado pelas empresas, a criatividade, que diferencia o profissional no mercado, pode ser aprendida, sim, embora seja inata aos seres humanos, como explica o professor José Predebon, especialista que há décadas leciona e escreve sobre o tema. "Basicamente, criatividade é o exercício de um tipo de raciocínio, que podemos chamar de especulativo, e é plenamente inerente à espécie humana. Outros seres têm níveis diversos desse tipo de uso do cérebro, mas nunca como os humanos. Como todas as nossas competências, sejam físicas ou mentais, o exercício desse tipo de raciocínio tanto pode ser desenvolvido com a prática, como pode ser atrofiado, com o desuso".

Se nascemos criativos, o que nos faz deixar de sê-lo? Ambientes familiar e escolar extremamente rígidos e centralizados podem contribuir para isso, assinala o especialista. "Crianças são criativas, sim, mas as crianças de rua são mais criativas ainda. Quanto mais colocamos anteparos para nossas crianças não serem atingidas, menos elas exercerão seu potencial de criatividade, que é inerente, mas nunca em um só nível, cada qual nasce com um", afirma. No ambiente de trabalho, os líderes criativos também podem abrir espaço para a criatividade de seus subordinados, se exercerem sua competência com menos características centralizadoras, diz.

Mesmo na idade adulta é possível desenvolver essa habilidade. A palavra-chave, diz Predebon, é desacomodação. "Se a pessoa adotar uma posição proativa, conseguirá desenvolver-se. Para alguns, bastará seguir a orientação de livros; para outros, cursos e monitoramento pessoal. Mas, em todos os casos, será a condição de perseverança e esforço que trará resultados." E, para quem quer estimular um pouco mais seu lado criativo, ele lembra que "nem tudo o que é engraçado é criativo e nem toda idéia criativa precisa ser irreverente. Para ver aceita nossa criatividade, podemos até brincar, mas lembremos que para escandalizar existe hora certa".

"Cada jovem precisa descobrir o seu próprio caminho, sabendo que dificilmente o dinheiro se traduz em felicidade, e que hoje não existem receitas para definir sua carreira. No máximo, ele terá disponíveis os ingredientes para elaborar sua própria receita. Tudo começa pelo autoconhecimento", afirma o professor, que atuou na criação publicitária até 1992 e contabiliza vários prêmios, incluindo um Leão de Ouro, em Cannes.

Segundo o professor, acriatividade pode ser importante para a pessoa, e geralmente o é, mas não é uma condição indispensável para que ela seja feliz. "E aí também a palavra sucesso deve ser analisada sem as compulsões do sistema - existe uma condição de realização pessoal que dispensa os modelos majoritários da sociedade; tem sucesso, por exemplo, alguém cuja vocação leve a um nível de espiritualização raro entre nós."

Para quem se interessou pelo tema e quiser saber mais sobre o trabalho do professor Predebon, o site  www.predebon.com.br traz indicações de livros e outros dados.

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