edição 20 | Abril de 2011    

A evolução dos automóveis e os híbridos do milênio


Os automóveis híbridos são menos poluentes e têm menor consumo de combustível

Henry Ford sentenciou: "o automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação". Por esse motivo e de olho nesse mercado a Ford decidiu, em 1919, abrir seu primeiro escritório e primeira linha de montagem à Rua Florêncio de Abreu, no centro da cidade de São Paulo. Naquela época havia pouco mais de 500 veículos rodando pelas ruas brasileiras; hoje são 30 milhões. Comprovou-se a profecia de Ford. São muitos os fatores que colaboraram para o crescimento do setor automobilístico nacional, porém o principal deles está na evolução tecnológica.

Na década de 1960, o projeto de um automóvel demorava até cinco anos entre a sua concepção e o lançamento; hoje leva menos de 12 meses, graças, principalmente, à automação empregada nas linhas de fabricação, que melhorou a repetibilidade do processo e deslocou profissionais para atividades de criação e pesquisa. Afinal de contas, quem, nos anos de 1920, poderia imaginar que um dia o motorista teria à sua disposição o “piloto automático”, equipamento que antes de chegar ao carro passou pelo avião e tornou-se mundialmente conhecido?

Por obedecerem às necessidades de cada época, os carros evoluíram de acordo com o perfil da população. Nas décadas de 1950 e 1960, os fabricantes buscaram a velocidade, com motores potentes. Nos anos 1970, foi a vez de atacar o consumo de combustíveis. Nas décadas de 1980 e 1990, quando a segurança foi a meta, surgiram acessórios como freios ABS e air bags. Hoje, a indústria desdobra-se para desenvolver novos materiais, mais resistentes e mais leves, permitir a criação de produtos automatizados e com menor impacto ambiental.

Das pistas para as ruas

O grande laboratório de desenvolvimento para a Engenharia Mecânica do setor Automobilístico sempre foram as pistas de corridas de provas de velocidade e também os rallies espalhadas pelo mundo. O cinto de segurança tornou-se obrigatório em 1954 nas competições americanas. Cinco anos depois, chegou às ruas, nos automóveis Volvo. No Brasil, começou a ser oferecido na década de 1960 como acessório esportivo. O mesmo aconteceu com o freio a disco que já havia sido experimentado na década de 1920, mas só ganhou fama graças a uma espetacular vitória do Jaguar nas “24 Horas de Le Mans” de 1955, e acabou virando item de série nos anos 60.

A Fórmula 1, a partir da década de 1950, também foi um fator importante para a evolução da Engenharia Mecânica Automotiva. A utilização de estrutura deformável, a volta do pneu radial e as inovações na década de 1990 com a utilização do alumínio nas carrocerias, câmbio semiautomático e motor multiválvulas, transformaram a indústria automobilística e o conceito de dirigir.

O híbrido de hoje e o carro de amanhã

Atualmente, empresas automobilísticas de todo mundo buscam novas tecnologias para se diferenciar no mercado e se adequar às necessidades e anseios do consumidor, que se preocupa com a escassez do petróleo e com os fatores sustentáveis. Atendendo as atuais necessidades, surgem os automóveis híbridos com motor de combustão interna, normalmente a gasolina e um motor elétrico, que auxilia a movimentação do veículo e, assim, reduz o consumo e as emissões.

Só nos Estados Unidos, segundo dados divulgados pela associação de concessionários, a National Automobile Dealers Association (NADA), foram vendidos, de 2001 até hoje, mais de três milhões de veículos híbridos. No Brasil, o primeiro a chegar foi o Mercedes-Benz S 400 Hybrid e o segundo foi o Fusion Hybrid, da Ford.  Ambos foram testados pela Divisão de Motores e Veículos do Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia.

O Fusion Hybrid também foi considerado como o primeiro híbrido completo, pelo fato de a energia fornecida pela bateria ser suficiente para movimentar o veículo. A proposta desse veículo é gastar e poluir menos do que o modelo convencional, mas sem perder suas características mais desejadas. Para Hiussen Guilherme de Favari, técnico da Divisão de Motores e Veículos da Mauá, “o híbrido não deixa a desejar em nada se comparado ao convencional. Pelo contrário, no teste realizado, o veículo chegou de 0 a 100 km/h em 9,94 segundos, 0,63 segundos a menos do que o convencional”. A diferença de consumo também é significativa. Enquanto o convencional faz 7,1 km/L na cidade e 13,9 km/L na estrada, o híbrido chega a 18,1 km/L e 18,6 km/L, respectivamente. ”Um dos principais diferenciais do veículo híbrido em relação ao elétrico é que não é necessário recarregar sua bateria na rede de energia elétrica”, afirma Hiussen.

Para o futuro, projetistas de grandes montadoras como Audi e General Motors e também cientistas de instituições de ensino, acreditam que novas tecnologias a serem desenvolvidas mudarão nossa maneira de dirigir e de interagir com o carro. Existem projeções para daqui a 30 anos que apontam sermos capazes de controlar o carro pela mente, impulsioná-lo por magnetos de indução elétrica e, conectados a um tipo de rede como a internet, fazê-los conversarem com outros veículos para decidir quando e por onde ultrapassar. Contudo, para Hiussen, o futuro mais próximo para as montadoras está em buscar o carro mais potente, com maior torque e com o menor consumo possível de combustível.

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