edição 75 - Setembro de 2016

Equipe do Instituto Mauá de Tecnologia desenvolve tecnologia inédita para o satélite Plato, do Programa Cosmic Vision da ESA

Projeto tem como missão identificar planetas habitáveis

Equipe do Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados do IMT criou um sistema que contribuirá com a missão Plato

Em 2010, o Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia iniciou o desenvolvimento de atividades visando participar da missão Plato. Em 2011, o grupo composto pelos professores  José Carlos de Souza Júnior, Sérgio Ribeiro e Vanderlei Cunha Parro, e pelos alunos Rafael Corsi e Tiago Sanches da Silva foi à França entregar e validar os resultados obtidos com o Centro Aeroespacial Francês CNES e a equipe responsável pelo desenvolvimento de software de voo do Observatório de Paris.

Na ocasião, a equipe foi responsável pela implementação de simulador de parte de um telescópio que possibilita que o software de voo (que será embarcado no satélite) seja testado. “Nós criamos um sistema capaz de simular e gerar um conjunto de imagens representativas do que vai acontecer quando o satélite estiver operando para que diversas características sejam analisadas”, explica o prof.  Vanderlei, responsável pelo projeto na Mauá hoje.

Desde então, a equipe da Mauá está empenhada no desenvolvimento desse projeto. Recentemente, a Mauá desenvolveu um sistema eletrônico de alto desempenho que vai simular as câmeras do satélite Plato. Sua principal função é transmitir dados simulados a partir de condições especiais do céu, em alta velocidade e em tempo real, como se fossem câmeras reais.

“Esse simulador será utilizado pelos países: Alemanha, Áustria, Espanha, França e Itália para desenvolvimento de outros subsistemas do satélite (computador de bordo, roteador, compressor de dados, controle de altitude)”, explica o professor Parro, ao reforçar que o convite para o desenvolvimento desse sistema veio exatamente por não existir nada similar no mercado.

Prevê-se o lançamento do Plato para 2025 e atualmente está no Preliminary Design Review (PDR), momento em que todas as dúvidas tecnológicas serão mitigadas e as soluções apresentadas à ESA – Agência Espacial Europeia).

Fique por dentro do Plato

A Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) vai enviar ao espaço um telescópio capaz de descobrir planetas rochosos e sistemas planetários, além do Sistema Solar. A satélite, denominado Plato, será lançado em 2025 pelo foguete Soyuz.

No Brasil, a Equipe do Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados do IMT é a única que contribui para a evolução do Protótipo do Plato

O projeto tem a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Mauá de Tecnologia e Universidade Presbiteriana Mackenzie. O custo é estimado em mais de 600 milhões de euros para a ESA, mas, somando-se as contribuições dos países-membros, pode chegar a quase 1 bilhão de euros.

Mais de 1.000 planetas foram descobertos fora do Sistema Solar, mas nenhum até agora se mostrou realmente parecido com a Terra em termos de tamanho e distância em relação a uma estrela semelhante ao Sol.

A sonda vai buscar especificamente planetas rochosos, como a Terra, em zonas consideradas habitáveis, que correspondem à região ao redor de uma estrela na qual a água consegue se manter em estado líquido.

“Um dos pontos mais importantes de nossa participação nesse projeto é o grande ganho de conhecimento e relacionamento. Depois que a sonda estiver no espaço, poderemos utilizar os dados colhidos por ela para pesquisas na área. Essas são informações privilegiadas visto que os dados ficam em sigilo durante dois anos e, nesse período, apenas os participantes têm acesso a eles”, conta o prof.  Vanderlei.

Acompanhe a Mauá nas Redes Sociais
Instituto Mauá de Tecnologia - Todos os direitos reservados 2025 ©