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Redução no preço de carros gera o menor nível de inflação desde 2010
O financiamento para esse tipo de produto estará mais fácil, mas é preciso ficar atento, segundo o professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia
Para professor Ricardo Balistiero, o corte do IPI é uma maneira de reanimar a economia
Com o corte de IPI(Imposto sobre Produtos Industrializados) no setor automobilístico, anunciado em 22 de maio deste ano pelo governo, o preço dos carros teve queda de 5% a 11%. A redução temporária de imposto sobre os veículos, o que gerou queda nos preços, acarretou o menor nível de inflação oficial do País em quase dois anos. Além disso, também ajudou a registrar o terceiro melhor mês de vendas da história da indústria automobilística, em junho.
Para o professor Ricardo Balistiero, o corte do IPI tem um componente de tentativa do governo de reativação da economia. ?Isso ocorre porque os carros no Brasil têm carga tributária grande (40%) e o IPI é o principal tributo. Sem ele, a redução é considerável no preço final?, acrescenta.
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, relatou que os bancos públicos e privados comprometeram-se com o governo a facilitar e elevar o crédito para a venda de veículos. Já as montadoras garantiram ao governo que, até 31 de agosto, farão a redução de suas tabelas de preços, com descontos adicionais aos do corte de IPI e no caso de um carro 1.0, por exemplo, a queda chegará a quase 10%. Para o coordenador do curso de Administração, o brasileiro ficou muito tempo sem consumir por causa da inflação. Desde a chegada do Real, há 18 anos, não se preocupa com prazo, mas com a possibilidade de a parcela caber mensalmente no bolso.
Contudo, o professor afirma que o consumidor deve ter atenção ao comprar um carro novo. Segundo ele, à vista, a redução é considerável. Já em relação ao parcelamento em longo prazo, os juros podem tornar o produto até mais caro. Por isso é preciso cautela ao parcelar. ?Quando há endividamento, compromete-se a renda posterior, o que causa menos venda no futuro e, consequentemente, menos investimentos?, explica.
O abatimento nos preços não aconteceu só no setor automobilístico. Desta vez, a ação influenciou também a chamada linha branca - fogões, geladeiras e máquinas de lavar ? o que ocasionou uma queda de até 7% nos preços desses eletrodomésticos. A redução do imposto para linha branca que teve início em 2009, por causa da crise financeira mundial, voltou à tona no fim de 2011 e ficará em vigor até agosto. Com a medida, a venda desses produtos registrou aumento de 22%, de janeiro a maio, comparado ao mesmo período do ano passado.
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