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edição 136 - Setembro de 2022

Gêmeos Digitais: aperfeiçoa processos fabris, reduz custos e diminui o tempo de lançamento e manutenção de um produto

Eles também auxiliam nas questões sobre sustentabilidade, crescimento populacional, monitoramento climático, mobilidade urbana etc.

Gemeos digitais os Gêmeos Digitais são capazes de criar réplicas virtuais em 3D do mundo real.Considerados entre as 10 principais tendências no mundo corporativo, os Gêmeos Digitais são capazes de criar réplicas virtuais em 3D do mundo real para aperfeiçoar processos fabris, reduzir custos com protótipos e diminuir o tempo de lançamento de um produto no mercado. Ou seja, conectados a grandes quantidades de dados, softwares e ferramentas, ajudam as pessoas a tomarem decisões durante uma etapa de planejamento de um projeto que se estende por todas as etapas do fluxo de fabricação e construção (carros, edifícios, pontes, viadutos etc.) e, em seguida, na melhor forma de operação e manutenção, até a futura utilização ou reutilização, o que pode gerar economia e otimização de tempo.

Um Gêmeo Digital é um modelo dinâmico, com um sistema que combina um modelo e um sistema do mundo real e envolve a troca bidirecional de informações e interação de tecnologias, pessoas e infraestrutura. Paula Katakura, arquiteta urbanista e coordenadora do curso de pós-graduação Práticas Integradas em BIM do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), explica que o modelo digital recebe dados do mundo real, captados por sensores, e simula o objeto físico real, para oferecer insights sobre desempenho e problemas, o que ajuda a detectar ou prever falhas do processo e identificar riscos antes mesmo de sua ocorrência.

“A evolução dos Gêmeos Digitais pode, portanto, auxiliar proprietários, gestores e a sociedade em geral na tomada de decisões extremamente úteis na manutenção preditiva, no controle de custos e na otimização de ativos. Mais difundidos no setor de manufatura, os Gêmeos Digitais podem auxiliar questões de sustentabilidade e outros desafios sociais de urbanização, crescimento populacional, monitoramento climático, redes de mobilidade urbana, edifícios e infraestrutura conectados aos dados, dentro e ao redor deles”, explica a professora Paula.

Nesse processo, existe a aplicação da inteligência artificial, do aprendizado de máquina e tecnologias da internet das coisas (IoT). Além disso, tecnologias como dispositivos conectados, veículos autônomos, aumento do poder computacional, computação em nuvem, 5G, sensores mais baratos e análise avançada podem contribuir para a ampliação do uso dos gêmeos digitais.

A professora Paula ainda alerta que construir um Gêmeo Digital é uma questão complexa, e ainda não existe uma plataforma universal ou padronizada para seu uso efetivo, além de ainda encontrarmos outras barreiras, como troca de dados, governança e interoperabilidade. Com a possibilidade de representar qualquer elemento do ambiente construído, eles começam a ser utilizados no planejamento urbano, e sua adoção por parte do setor público contribuirá para a construção de cidades mais inteligentes, para antecipar cenários, testar planos e estratégias.

“Vale lembrar que os Gêmeos Digitais requerem trabalho de várias áreas profissionais, que podem incluir: Engenharia de Controle e Automação, Ciência de Dados, Ciências da Computação, Engenharia de Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Tecnologia da Informação, Engenharia de Telecomunicações, Tecnologia em Geoprocessamento etc.”, enfatiza a coordenadora do curso de pós-graduação Práticas Integradas em BIM do IMT.

O Gêmeo Digital está sempre evoluindo, em função dos dados fornecidos por seu correspondente físico, por isso é capaz de fazer simulações e predições em resposta às condições em tempo real. No entanto, por ser uma área ainda bem embrionária, os estudos estão concentrados nas pesquisas acadêmicas e nos setores de tecnologia e inovação das empresas. “O mercado para os interessados na área deve crescer muito nos próximos anos e exigirá conhecimentos tanto dessas áreas tecnológicas de ponta quanto de sustentabilidade e gestão”, finaliza a especialista.

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