Entenda o universo imaginário do metaverso
Num mundo cada vez mais digital, inserir o usuário em ambientes virtuais, interagindo com outras pessoas em tempo real, é o boom do momento
O usuário é inserto em ambientes virtuais, mas interage com outras pessoas em tempo real, todas representadas por sósias digitais
Não é incomum ouvir, em rodas de amigos, estudantes e adolescentes, alguém falar sobre o metaverso. Mas, afinal de contas, o que significa esse novo conceito e como ele aparece no dia a dia das pessoas?
Explicar o metaverso é um pouco semelhante a descrever o que significava “internet” nos anos de 1970, quando os blocos de construção de uma nova forma de comunicação estruturavam o processo de formação. Por isso, para entender o que é metaverso e seu papel na sociedade, o coordenador dos cursos de Computação e Tecnologia da Informação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Angelo Zanini, lembra o que é o universo.
“O universo é um conjunto de todas as coisas que existem. Isso todos sabem. O desejo humano de buscar a evolução, aliado à tecnologia digital, entretanto, está proporcionando a possibilidade de realidades alternativas, ou seja, universos paralelos que poderão existir em nossa imaginação, mas reforçados de maneira concreta, pelo estímulo dos nossos sentidos, por meio de imagens, sons e toques que proporcionam ao nosso corpo uma nova realidade. A isso damos o nome de metaversos, universos que podem existir em nossa imaginação, reforçados de maneira concreta pelo estímulo dos nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato)”, explica Zanini.
No campo da educação, o aluno pode participar de uma aula, de um seminário ou de uma oficina como se estivesse naquele ambiente presencialmente
O metaverso tem como objetivo primordial inserir o usuário em ambientes virtuais, mas interagindo com outras pessoas em tempo real, todos representados por sósias digitais: os avatares. “A qualidade das imagens dos videogames atuais, por exemplo, já nos dá uma pista de como podemos estar imersos em situações que nos parecem reais, pois estimulam as nossas emoções e nos transportam àquela situação. Além disso, há acessórios que ajudam a aumentar essa sensação de realidade do mundo virtual, como óculos especiais e luvas; eles nos apoiam na criação de um universo paralelo, capaz de transportar nosso cérebro para as sensações desses cenários”, reforça o especialista.
O metaverso na Educação
Uma sala de aula virtual, onde o aluno possa usar óculos 3D e outros dispositivos que ajudem a estimular todos os seus cinco sentidos, será um grande avanço para evitar o deslocamento físico. O aluno, em qualquer lugar do planeta, pode participar de uma aula, de um seminário, uma oficina, ou ainda de um experimento de laboratório, como se estivesse naquele ambiente presencialmente.
“Vale reforçar que o aprendizado é mais que treinamento. É uma vivência de percepções e experiências pelo contato humano, pela interação com o outro em ambiente informal e pelas sutilezas do convívio, da comunicação corporal, gestos e emoções, uma comunicação não falada e não escrita e, talvez, difícil de ser reproduzida por avatares. O contato real entre os estudantes e os professores traz ensinamentos valiosos, que o ambiente digital pode não conseguir alcançar. Logo, juntar esses dois universos, o real e o virtual, no melhor que cada um tem a oferecer, talvez seja o caminho para potencializar a educação, sem perder a capacidade do relacionamento humano da forma mais natural”, alerta Zanini.
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