edição 91 - Maio de 2018
Prof. Ricardo Balistiero comenta o tema
Para o professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, a Reforma Previdenciária continua sendo uma prioridade para o país.
Diante da melhora dos indicadores econômicos, como a queda dos juros e da inflação, a expectativa é que o Brasil passe a crescer de forma sustentada, principalmente passada a turbulência dos últimos anos.
Embora os sinais de retomada do aquecimento da economia ainda sejam tímidos, o Produto Interno Bruto (PIB) vem apresentando projeções de crescimento. De acordo com o Banco Central, estima-se um crescimento de 2,6% do PIB para este ano. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta um salto do PIB de 2,3% para 2018 e 2,5% para 2019, impulsionado por consumo privado e investimento mais fortes.
De acordo com o Fundo, a recuperação do Brasil também permitirá um crescimento da economia do conjunto dos países sul-americanos maior do que o esperado. A previsão é que seja de 1,7% em 2018 e de 2,5% em 2019.
São diversos os fatores que contribuem para isso. Entre eles está a queda dos juros e da inflação. "Com a redução da taxa Selic, a retomada do crédito, principalmente nos setores automotivos e no crediário para a compra de eletrodomésticos, tem auxiliado o crescimento da demanda interna, com impactos na retomada do crescimento", explica o professor Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
As projeções de crescimento do PIB retomam as expectativas de que, após os períodos turbulentos, o Brasil pode voltar a crescer de forma sustentada.
É preciso lembrar também que ainda temos um cenário instável, quando se projeta crescimento econômico. A Reforma Previdenciária continua sendo uma prioridade para garantir a sustentabilidade do país em longo prazo. E, num ano de eleições, dificilmente ela sairá do papel. "A situação fiscal ainda é bastante grave, com desequilíbrios que impossibilitam quaisquer esforços por parte do setor público para o estímulo à demanda agregada. O setor privado passa a ser fundamental para o incremento do nível de investimentos, principalmente de infraestrutura", acrescenta o professor.
A agenda econômica está articulada com o calendário político. Não existe um caminho fácil no que se refere às contas públicas. "A Reforma da Previdência, assim como a revisão de algumas desonerações e mudanças na estrutura regressiva do sistema tributário nacional, deverão pautar o debate econômico durante a campanha eleitoral. A candidatura vencedora deverá contar com o apoio da sociedade para colocar em prática as reformas necessárias para a retomada do crescimento sustentado da economia", explica o coordenador.