edição 58 - Dezembro de 2014

O ex-aluno Roberto Tinoco foi o primeiro dos 300 candidatos que ingressaram no ensino superior na primeira turma da Mauá, em 1962. Na época, ele optou por Engenharia Metalúrgica devido à grande carência de especialistas nessa área no Brasil e por acreditar que seria uma carreira promissora a ser seguida. Por causa dessa escolha, realizou desde cedo estágios em empresas renomadas.
Sua primeira experiência profissional no setor foi na Willys-Overland do Brasil, uma montadora de automóveis dos Estados Unidos que abriu uma filial no Brasil e prosperou nas décadas de 1960 e 1970. Também passou pela Ford e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo.. "Em função dos meus estágios, fui aceito na General Motors - GM como Engenheiro de Processos. Iniciei na área de Fundições e depois rodei por muitas funções. Assim, pude entender todo o processo", conta Tinoco.
Após 18 meses estudando na Kettering University e trabalhando nas Fundições da Chevrolet, nos Estados Unidos, retornou para o Brasil e atuou na área de Processos de Manufatura, passou para a Fabricação de Motores, foi Diretor Geral de Fundições e Superintendente Geral da Montagem de Veículos em São Caetano do Sul. Em seguida, foi convidado para dirigir o projeto Corsa, que levou cerca de dois anos e meio. "Coordenei todo o projeto de implantação do Corsa no Brasil. Esse veículo já existia na Europa e era preciso colocá-lo no mercado brasileiro. Foi um sucesso, pois, além de moderno, esse automóvel foi muito valorizado pelo mercado", explica o ex-aluno.
Graças ao reconhecimento da operação, foi promovido a Diretor Geral da Fábrica. Nesse cargo, comandava toda a produção da fábrica que produzia modelos como Kadete, Monza, Opala e Ômega. Mais tarde, foi convidado para dirigir um novo projeto composto de um complexo industrial e um novo modelo de automóvel. "Esse era um projeto mais audacioso e inovador, pois a necessidade era uma fábrica mais moderna e com conceito de produção diferenciada. A partir desse modelo, implementamos a operação do Complexo Industrial Automotivo de Gravataí no Rio Grande do Sul, com outras 25 empresas que produzem peças e as entregam just in time nas linhas de produção. Um dos complexos mais avançados do mundo", comenta Roberto.
Durante seus dois últimos anos de carreira, comandou as operações das fábricas de Gravataí, no Brasil, e Rosário, na Argentina. "Nessa época, eu me dividia entre os dois locais. Passava três semanas no Brasil e uma em Rosário, na Argentina, em cada mês." E, nesse mesmo período, foi convidado para ser Diretor da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS, em que atuou durante dois anos.
Após a experiência acumulada nos 42 anos de carreira na GM, aposentou-se e, em 2009, abriu uma empresa de consultoria, a TB Empresarial com foco em empresas na área de fabricação de peças automotivas. "Uso meu conhecimento para auxiliar empresas a aumentarem sua eficácia operacional e competitividade", comenta.
O ex-aluno acredita que a formação acadêmica é importante e, quanto mais forte for, melhor será para se ter uma boa base, mas nada supera a experiência do dia a dia. E essa vivência garantiu a ele o Prêmio de Excelência em Manufatura 2014, da SAE do Rio Grande do Sul.
"Acredito que tive uma carreira muito profícua e diversificada. Passei por diversas áreas em função dos diversos projetos em que me envolvi e indico para os jovens interessados em Engenharia que é o trabalho árduo que leva ao sucesso". O engenheiro também destaca que saber outras línguas é essencial para se comunicar com profissionais do mundo inteiro e, assim, expandir seus contatos e conhecimentos.