edição 7 | Novembro de 2009    

Reflexão sobre o Universo movimenta instituição

Cientistas explicaram possíveis origens do universo e falaram sobre a existência de planetas com condições semelhantes à Terra


Pesquisador do INP, Oswaldo Duarte Miranda, abriu o ciclo de palestras do Dia da Astronomia

Um privilégio. Essa foi a sensação que ficou em quem acompanhou o ciclo de palestras realizado pela Mauá num evento totalmente consagrado à Astronomia, no último 17 de outubro, no campus de São Caetano do Sul. Durante horas, alguns dos mais renomados estudiosos do país, com temas como astrofísica, exoplanetas, sismologia estelar entre outros,  revezaram-se no palco do auditório discorrendo sobre a origem da vida, do universo, a busca por planetas habitáveis fora do sistema solar e as descobertas mais recentes nesse campo.

A necessidade de investimentos foi o destaque da palestra do diretor da Agência Espacial Brasileira, Thyrso Vilella Neto, que enumerou uma lista de motivos para que o país integre um grupo bastante seleto. Segundo Vilella Neto, embora a balança comercial brasileira seja baseada no agronegócio, o país não tem sequer um satélite meteorológico, o que o faz depender de outros países para obter essas informações. ‘O espaço é um bom negócio e, se queremos fazer parte do grupo que domina essa tecnologia, temos de correr’, afirmou, assinalando ser fundamental a participação das Instituições de Ensino Superior nesse processo.

Nas universidades, as pesquisas seguem tentando responder questões sobre formas de vida ainda desconhecidas. Entusiasmada, a cientista Cláudia Lage, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas, da UFRJ, que lidera o Grupo de Pesquisa do CNPq AstroBio-Brazil falou sobre a busca de sinais biológicos fora da Terra e as pesquisas envolvendo  os extremófilos – micro-organismos capazes de sobreviver e até se reproduzir em condições totalmente inimagináveis para os humanos, até sem a presença de oxigênio. Cláudia Lage afirma que essas descobertas levam os estudiosos em Astrobiologia a não mais falarem  numa única origem para a vida na Terra, mas em ‘várias origens’.

E, se a vida na Terra pode ter mais de uma origem, a explicação sobre a origem do Universo pode ser comparada a um grande quebra-cabeças, em que  apenas algumas peças já foram colocadas, conforme o físico, mestre e doutor em Astronomia pela USP e pesquisador do INPE, Oswaldo Duarte Miranda. O cientista traçou, de forma um tanto lúdica, uma linha do tempo desde o Big Bang até a principal incógnita dos dias de hoje, a chamada energia escura. Não se conhece 96% do que é constituído o Universo (matéria e energia escura). Há muitas questões a serem respondidas. Para onde vamos e qual o destino do Universo são questões ainda não respondidas’, disse.

Mas, se o destino do Universo é uma incógnita, a procura por planetas habitáveis fora do sistema solar, os chamados exoplanetas, já mostra resultados. Este tema permeou duas outras palestras: a do presidente do Comitê Brasileiro de Astronomia, o cientista Eduardo Janot Pacheco e a do pesquisador Fábio de Oliveira Fialho. Com abordagens diferentes, ambos falaram sobre o CoRot, satélite construído a partir de uma parceria franco-europeia com participação brasileira. Eduardo Janot, mestre e doutor em Astronomia, especialista em exoplanetas, lembrou que o homem sempre quis saber se existem outras “Terras” e que a missão trabalha na procura de planetas com características similares às do nosso planeta. Destacou ainda a participação brasileira no projeto e comentou que o Brasil pode contribuir com cientistas em outras missões. 

Fábio Fialho mostrou em detalhes como o satélite funciona. Doutor em Astrofísica e Instrumentação, numa palestra bastante técnica, destacou os objetivos científicos e o conceito instrumental do fotômetro usado na detecção de diversos planetas, inclusive um rochoso do tipo super-Terra e estrelas com características sísmicas do mesmo tipo das do nosso Sol. Uma parte de sua apresentação foi dedicada ao PLATO (Planetary Transits and Oscillations of stars), próxima geração de missões de trânsitos planetários, com lançamento previsto para 2017. Há possibilidade de o Brasil estar presente também nesse projeto. A coordenação do evento coube ao Doutor Vanderlei Cunha Parro, professor da Mauá no curso de Engenharia Elétrica, participante do Projeto CoRot. 

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