edição 41 - Maio de 2013

Ainda pouco conhecidos no Brasil, os veículos movidos a ar comprimido podem ser mais uma opção para o consumidor brasileiro. Considerados ecológicos porque não emitem poluentes ? o que sai do tubo de escapamento é somente ar -, apresentam custo competitivo em relação a veículos híbridos ou puramente elétricos, por não possuírem bateria.
Apesar desses benefícios, Clayton Zabeu, professor do Centro Universitário e pesquisador da Divisão de Motores e Veículos do Centro de Pesquisas da Mauá, explica que os veículos a ar comprido têm baixa autonomia devido às limitações de espaço para a instalação do reservatório de ar com alta pressão. ?Sem regeneração pela energia recuperada durante a frenagem, a autonomia do automóvel é muito baixa, da ordem de 30 km?, explica. Outro ponto é seu reabastecimento, feito necessariamente por meio de estações a serem instaladas em diversos locais das cidades ou até mesmo nas residências. Na configuração puramente a ar comprimido, esses veículos ecológicos contam com um reservatório de ar com alta pressão, e não utilizam combustíveis como gasolina ou etanol. Seu conjunto propulsor é composto exclusivamente de dispositivos capazes de expandir o ar sob alta pressão armazenado no reservatório e de fazerem o veículo locomover-se.
Comparado com o carro elétrico, por exemplo, o modelo a ar comprimido perde muito de sua eficiência devido ao processo de compressão e expansão do ar.
Segundo o engenheiro Clayton, se os desafios associados à utilização dessa modalidade de veículos forem vencidos, essa podem ser uma alternativa para a frota urbana, que circula relativamente pouco por dia e enfrenta problemas ambientais devido à emissão de poluentes, em regiões densamente povoadas. Porém, há de se criarem políticas e regulamentações que os tornem aptos a serem produzidos e utilizados. ?Esses automóveis não são prioridade nas montadoras hoje, porque elas acreditam ainda existirem outros tipos de veículos que trazem mais benefícios aos consumidores e requerem mínima ou até nenhuma adequação no sistema de abastecimento?, afirma.